MARINGÁ AEROPORTO PERDE MAIS ROTAS DE VOOS..DEFICIÊNCIA NO COMBATE A INCÊNDIOS

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Infraestrutura

Sem adequações, aeroporto de Maringá pode perder mais duas rotas

Desde que terminal foi rebaixado na categoria técnica que mede segurança contra incêndio, três novas voos já tiveram pedido negado na Anac
 
Hélio Strassacapa

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está analisando pedidos de três novos voos no Aeroporto Silvio Name Junior, dos quais dois deverão ser negados se o terminal não correr para realizar as adequações necessárias. O aeroporto de Maringá foi rebaixado na categoria técnica que define a segurança contra incêndio, e com isso, três novas rotas já foram proibidas e operar na cidade. Uma delas chegou a iniciar as atividades, mas na última segunda (23) precisou abandonar a rota.
Desde de 26 de novembro de 2009, quando a Anac classificou o terminal com nível 5 de combate a incêndio (até então era 6, numa escala que vai de 1 a 10), duas empresas, Trip e Gol, tentaram ampliar a oferta de voos na cidade, mas não conseguiram. As três rotas resultariam em 17 pousos e 17 decolagens por semana. As mesmas empresas pleiteiam novas operações, mas novamente com aviões maiores do que a estrutura atual do aeroporto permite.
Entenda a classificação da Anac
No que se refere à segurança contra fogo, os aeroportos brasileiros são classificados numa escala que vai de 1 a 10. Os critérios adotados pela Anac são os mesmos da Organização Internacional da Aviação Civil , e levam em conta a dimensão da maior aeronave que opera no terminal, a quantidade de voos, fluxo de passageiros, equipamentos e pessoal disponíveis para combate a incêndio, principalmente em casos de acidentes aéreos. No caso do aeroporto de Maringá, a maior aeronave em operação é o Boeing 737-800, que exige categoria 7.
Porém, de acordo com uma resolução da própria agência, se essa aeronave realiza menos de 700 pousos e decolagens a cada 90 dias no aeroporto, é permitido adotar a categoria imediatamente inferior, que no caso de Maringá, bastaria que o terminal cumprisse as exigências do nível 6 de combate ao fogo. Contudo, em novembro a Anac constatou que a proteção contra incêndio em Maringá equivalia à categoria 5, e reclassificou o aeródromo.
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A Trip pediu autorização à Anac para ofertar uma nova rota utilizando o jato Embraer 170, mas essa aeronave só pode aterrissar em terminais de categoria 6. Já a Gol solicitou operação de novo voo com o Boeing 738, que só aterrissa em pistas de categoria 7. Na realidade, a empresa já voa para Maringá com esse jato, mas a determinação não afeta rotas que já estão em funcionamento.
Essas categorias são definidas pelo tamanho do avião e pelo número de passageiros. Para se ter uma idéia, a Trip também pretende abrir nova rota com uma aeronave AT43, que pode pousar em pistas de categoria 4. Esse avião mede 22 metros. Já o Embraer 170 tem 30 metros de comprimento e Boeing 738 tem 40 metros.
Apesar de estar na categoria 5, o terminal pode fazer até 700 pousos e decolagens com aviões da categoria imediatamente acima. Mesmo assim, essa cota já foi extrapolada no Aeroporto Silvio Name Junior. Entre outubro e dezembro de 2009, por exemplo, foram registradas 898 operações com aeronaves de categoria 6 – Boeing 737, Embraer 195, 190 e 170, utilizados pela Azul Linhas Aéreas.
O superintendente do aeroporto maringaense, Marcos Valêncio, confirmou os pedidos das empresas e voltou a lembrar que o município fará as adequações necessárias para que as ofertas de voos voltem a crescer. O município não poderá receber novos voos enquanto o local não contar com dois caminhões de bombeiros, modelo AP2 (Ataque Principal), exclusivamente preparado para combater incêndio de aeroportos.. Hoje o terminal conta com um desse modelo e outro deverá ser emprestado como medida paliativa. O custo é de cerca de R$1,5 milhão, mas a importação demora o processo de compra.
Crescimento
Valêncio considera o rigor da Anac um fator positivo, pois reflete o crescimento do aeroporto de Maringá e a aviação civil no Noroeste.Em 2009, foram registrados 319.576 embarques e desembarques, aumento de 47% no fluxo de passageiros em relação ao ano anterior. Esse foi o terceiro maior índice do país, atrás apenas dos aeroportos de Viracopos , em Campinas/SP (com 210%) e Itajaí/Navegantes-SC (com 50%).