Divulgação/AEN
Pedro Luca, cacique da aldeia de Faxinal de Catanduva, foi tirado do poder por índios rebelados e não voltou mais à comunidade
Cândido de Abreu
Conflito entre aldeias indígenas da região Central deixa feridos
Insatisfeitos com o cacique da aldeia de
Faxinal de Catanduva, cerca de 100 índios de outras aldeias da região
invadiram a localidade no último sábado e depuseram o líder
Hélio Strassacapa
Segundo Moura, o cacique começou remanejar os moradores dali para outras aldeias da região, decisão que cabe ao chefe da comunidade, mas que gerou insatisfação. A maioria dos índios que invadiram a aldeia era de ex-moradores de Faxinal de Catanduva, exilados do local por determinação de Luca. Durante o sábado (24), eles informaram a todos que o cacique estava deposto e colocaram outros dois homens da comunidade na liderança. Neste domingo (25), um dos ônibus voltou para localidade de origem, mas muitos índios ainda ficaram no município de Cândido de Abreu para se certificar que o ex-cacique não voltará ao posto. O técnico indigenista explicou que isso só será possível se Luca conseguir amplo apoio dos índios moradores, mas que estes estão bastante amedrontados com a situação.
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A Polícia Militar não interveio na situação. A aldeia é território federal e apenas a Polícia Federal pode agir nesses casos, e ainda assim, com autorização da Funai. Segundo Moura, o escritório da fundação, localizado em Chapecó, foi avisado, mas ainda não deu retorno. “Eles escolheram o fim de semana, pois sabiam que a Funai não estaria aberta”, disse.
Saída da Funai do PR levou a protestos
A situação ocorrida em Cândido de Abreu, neste final de semana, foi comunicada à coordenadoria da Funai em Chapecó, porque os escritórios regionais no Paraná foram fechados em dezembro. O decreto 7.056/09 retirou poder das unidades da Funai no estado e as deixou subordinadas a uma coordenação em Santa Catarina.
Antes do decreto, três escritórios de coordenação da Funai ficavam no Paraná, nas cidades de Curitiba, Londrina e Guarapuava. O estado conta com cerca de 14 mil índios aldeados, a maioria caingangues e guaranis, mas também são encontrados xetás e xoklengs.
Desde a publicação do decreto, indígenas de todo o país se manifestaram contra a decisão. No Paraná, houve uma série de protestos, ao longo dos meses de janeiro e fevereito. No último deles, em Londrina, os manifestantes tentaram invadir uma usina. No sábado (6), uma estudante foi atingida por uma pedra que teria sido atirada por um índio e permanece em estado grave.