COMO ACEITAR A MORTE...

PAULO MELO CORUJA NEWS...........

Luto

Como lidar com a morte?

Profissionais contam como fazem para conviver com a dor alheia
   
Redação Bem Paraná

O luto é uma adaptação à nova realidade vivida por alguém que sofreu a perda de um ente querido. Quem perde, vive a tristeza da ausência. Quanto mais próxima a relação e o grau de parentesco, mais complicado é o processo de superação da perda.

De acordo com o psicólogo Willian Mac-Cormick Maron, as pessoas não são criadas para perder, somente para ganhar. Desde cedo, a criança precisa saber lidar com a perda. “Protegemos demais nossos filhos das frustrações e esquecemos que perder é necessário para entender a morte”, ressalta. Também aponta que é preciso receber respostas honestas quando vai a um velório ou quando vê alguma tragédia na televisão.

O psicólogo explica que existem fases distintas do luto, são elas: choque (torpor e anestesia), negação (não acredita na perda e ainda espera que a pessoa volte), raiva (elege culpados ou se culpa pela morte do ente querido), depressão (nas datas importantes apresenta sintomas fortes de tristeza) e aceitação (retoma a vida normal). “É importante respeitar o sofrimento e dar apoio para o enlutado, mas é preciso lembrá-lo que se trata de um processo natural e que ela pode reagir”.

Segundo o psicólogo, pessoas que trabalham diariamente com a morte aprendem a separar o lado emocional do profissional, sem deixar de ser sensíveis ou solícitas.

Trabalhar com o luto

O administrador do Grupo Jardim da Saudade, Rafael Andreazza, considera que para trabalhar com situações dolorosas é preciso compreender a situação pela qual a família passa. “O que mais choca é quando a morte ocorre de forma agressiva, por isso temos que agir para confortar e orientar”, diz.    

O administrador do Cemitério Parque Senhor do Bonfim e presidente do Sindicato dos Cemitérios Particulares do Paraná (Sincepar), Robson Posnik, conta que nesta profissão, as pessoas aprendem a valorizar a vida. “Percebemos no nosso dia-a-dia que não existe hora certa para a morte e nem uma ordem natural. Muitas vezes, os filhos morrem antes dos pais e jovens antes dos idosos”, comenta. Posnik ressalta que o cerimonial de despedida é sempre muito importante. “Velar o falecido e cuidar dos detalhes do ritual conforta a família”, ressalta. 

Treinamento e acompanhamento psicológico

De acordo com o vice-presidente do Sincepar, Andrei Matzenbacher, normalmente os colaboradores passam por um treinamento e uma avaliação psicológica antes de serem contratados nos cemitérios. O Grupo Jardim da Saudade tem um psicólogo que avalia a equipe constantemente. “Discutimos os acontecimentos diários para que possamos estar mais bem preparados para atender as famílias”, diz Rafael.

O Grupo Jardim da Saudade oferece também uma consulta gratuita com o psicólogo. “Desta forma o familiar pode desabafar e se sentir mais acolhida”, comenta a gerente administrativa, Melissa Matzenbacher.