No dia da ‘aclamação’ de Serra, Dilma gruda em Lula
Ricardo Stuckert/PRO alto comando da campanha de Dilma Rousseff decidiu disputar
com José Serra espaço no noticiário do próximo final de semana.
O PSDB agendou para o dia 10 de abril, sábado
que vem, um megaevento para aclamar Serra como candidato da oposição.
O petismo programou para a mesma data uma
aparição de Dilma. Ela fará campanha no Rio ao lado de Lula ‘Cabo
Eleitoral’ da Silva.
O programa está sendo negociado com Sérgio Cabral
(PMDB), candidato à reeleição e provedor de palanque para Dilma.
Para evitar problemas com a Justiça Eleitoral,
decidiu-se evitar a associação da viagem com os negócios do governo.
Dilma e Lula vão à vitrine com o propósito
deliberado de impedir que Serra frequente sozinho as páginas das
editorias de política.
Além da aparição do dia 10, o quartel general de Dilma organiza
uma programação para toda a fase de pré-campanha.
A agenda de abril está pronta. Prevê reuniões
com partidos aliados e viagens aos maiores colégios eleitorais e Estados
tidos como estratégicos.
Tenta-se criar fatos que assegurem à candidata a mesma
visibilidade que o exercício da função de ministra lhe garantia.
Trabalha-se para manter a agora ex-ministra
pendurada nas manchetes até junho, mês das convenções partidárias que
formalizarão as candidaturas.
Na próxima segunda (5), Dilma vai a um encontro do PR. Nascida
das entranhas do mensaleiro PL, a legenda dará apoio à candidata
petista.
Na terça,
Dilma viaja para Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país. Voará
nas asas de um jatinho alugado pelo PT.
Vai, primeiro, a Ouro Preto e São João Del Rey. Duas cidades
governadas pelo PMDB de Hélio Costa, que mede forças com o PT mineiro.
Candidato à sucessão do tucano Aécio Neves,
Hélio tenta firmar-se como o único palanque de Dilma em Minas.
Enfrenta a resistência de dois grão-duques do
petismo, que desejam a mesma coisa: Fernando Pimentel e Patrus Ananias.
Na quarta (7), Dilma amanhecerá em Belo
Horizonte, cidade em que nasceu e onde iniciou a militância estudantil
que a levaria aos cárceres da ditadura.
Durante o dia, a ministra encontrará um grupo de estudantes. Uma
forma de reavivar o passado militante. À noite, um jantar com lideranças
femininas.
Na sexta
(9), véspera da viagem ao Rio, Dilma se reunirá com a cúpula do PCdoB.
Um partido que Ciro Gomes (PSB) cobiçou e que Lula segurou.
Na semana seguinte, Dilma vai priorizar São
Paulo. É onde se concentra o maior contingente de votos do país. É
também a cidadela eleitoral de Serra.
Depois, uma viagem ao Rio Grande do Sul, Estado em que Dilma se
iniciou na política e que, hoje, pende mais para Serra do que para ela.
A programação da campanha de Dilma é debatida
num comitê informal de campanha. É integrado pelo marqueteiro João
Santana e por meia dúzia de petistas.
Quatro têm o pé no petismo de São Paulo: Antonio Palocci, José
Eduardo Cardozo, Rui Falcão e Cândido Vaccarezza.
Um é mineiro: Fernando Pimentel, amigo de
Dilma dos tempos de movimento estudantil. O outro é o sergipano José
Eduardo Dutra, presidente do PT.
Nas próximas semanas, pretende-se agregar a esse comitê vozes do
PMDB e das legendas que integram a mega-coligação de Dilma.