Lula cogita 'conduzir' Dilma a palanque no 1º de Maio
José Cruz/ABr
O comando da campanha de Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff começou a
organizar a próxima aparição da candidata ao lado de Lula ‘Cabo
Eleitoral’ da Silva.
Deve ocorrer no Dia do Trabalhador, 1º de maio, em palanque
montado por centrais sindicais, em São Paulo.
O evento depende apenas de uma análise
jurídica e da palavra final de Lula. O martelo será batido até o final
da semana.
O último
evento conjunto da dupla ocorrera em 10 de abril, no Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.
Resultou em nova ação do PSDB no TSE. Além de acusar Lula e Dilma
de fazer campanha ilegal, o tucanato questiona o uso eleitoral de
verbas sindicais.
Daí a
análise jurídica encomendada pelo comitê de petistas que assessora
Dilma. Programa-se, de resto, o calendário das próximas viagens da
candidata.
O roteiro
inclui, além de São Paulo, dois Estados-problema: Paraná e Rio de
Janeiro. São locais onde os palanques de Dilma ou balançam ou estão
eletrificados.
No Paraná, o
palanque bambeia. Ali, Lula tenta, desde o ano passado, empurrar o PT
para dentro da coligação do senador Osmar Dias (PDT).
Porém, Osmar coleciona divergências com o
petismo paranaense. Passou a flertar com a candidatura tucana de Beto
Richa, um apoiador de José Serra.
Nas últimas semanas, o Osmar levou à balança a hipótese de
disputar a reeleição ao Senado, não o governo paranaense.
No Rio, são dois os palanques que se dispõem a
recepcionar Dilma: o de Sérgio Cabral (PMDB) e o de Anthony Garotinho
(PR).
Sentindo-se preterido,
Garotinho virou fio desemcapado. No domingo (18), ensaiou um
curto-circuito.
Garotinho
acusou o ex-aliado Cabral de enriquecimento ilícito. E deixou em
suspenso o apoio a Dilma.
Não serão as primeiras divergências a cruzar o caminho da
candidata. Dilma já deixou um rastro de polêmica em Minas e no Ceará.
A despeito disso, o comando da campanha avalia
que a necessidade de expor a candidata se sobrepõe às quizilas
regionais.
Nesta
segunda (19), foi inaugurado o comitê suprapartidário de coordenação da
campanha. Uma tentativa de atenuar as encrencas estaduais.
Prevê-se que os aliados farão reuniões
quinzenais. O próximo encontro foi agendado para 3 de maio.
Diz-se que a agenda de Dilma será debatida
nesse colegiado. Mas o PT levará à mesa pratos prontos.
Pafra complicar o novo comitê deve produzir
outra polêmica. Previra-se, de início, que apenas partidos já fechados
com Dilma teriam assento no grupo.
Por esse critério, teriam voz, além do PT: PMDB, PDT, PR, PRB e
PCdoB. Súbito, incluíram-se representantes do PTB e do PP no conselho.
O PTB, embora desunido, pende para o apoio a
Serra. O PP analisa a alternativa de se manter neutro, liberando seus
diretórios estaduais.
A despeito disso, foram à primeira reunião os petebês Gim Argello
(DF) e Jovair Arantes (GO); e pepê João Leão. Vem barulho por aí.