COMANDANTES AFASTADOS DEPOIS DA MORTE DE MOTOBOY

PAULO MELO CORUJA NEWS.........

Secretaria afasta comandantes da PM após morte de motoboy

Policiais afirmaram não ter controle sobre a tropa, diz nota da Secretaria de Segurança
 
Fernando Gazzaneo, do R7
Os comandantes do 22º BPM/M (Batalhão da Polícia Militar Metropolitano), tenente-coronel Gerson Lima de Miranda, e da 3ª Companhia do 22º BPM/M, tenente-coronel Alexander Gomes Bento, à qual pertencem os quatro policiais envolvidos na morte do motoboy Alexandre Menezes dos Santos foram afastados por determinação do secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Em nota, a secretaria afirmou que os dois comandantes, após o incidente, "revelaram que não têm o comando da tropa".

A reportagem do R7 aguarda um posicionamento da Polícia Militar a respeito do afastamento.

Você já sofreu algum tipo de agressão por policiais?

Como narra a mãe do motoboy, Maria Aparecida Cosmo Oliveira, Alexandre saiu da pizzaria onde trabalha, na zona sul, às 2h e foi se encontrar com o tio em um bar. No caminho, viu uma ronda policial e tentou desviar, pois sua motocicleta estava sem as placas.

Os cinco policiais militares conseguiram abordar o jovem quando ele estava na frente da casa da mãe. Houve uma discussão e, com narra Maria Aparecida, os soldados começaram a bater no filho. A família ainda afirma que Alexandre teve o pescoço quebrado pelos PMs e chegou ao hospital Sabóia já morto.

O corpo de Alexandre Menezes dos Santos foi enterrado neste domingo (9), Dia das Mães, no cemitério Memorial Parque das Cerejeiras.

A Polícia Militar confirma a participação de quatro policiais e não de cinco, como relatou a família. Em nota, a corporação afirmou que os policiais "em função do uso de força física excessiva" lesionaram o pescoço de Santos.

Inicialmente, a PM também havia afirmado que os policiais militares seriam autuados por lesão corporal qualificada. Depois, a Polícia Militar disse que eles seriam presos por homicídio culposo (sem a intenção de matar) e levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital.

Os policiais suspeitos de matar o motoboy pagaram fiança de R$ 480 para não serem presos pela Polícia Civil e responderem ao inquérito que os indiciou por homicídio culposo (sem intenção de matar) em liberdade. Mesmo assim, os quatro permanecem presos no presídio militar.

Eles irão aguardar a conclusão do inquérito no presídio, onde só é permitida a permanência por dois anos. Caso seja comprovado o envolvimento dos policiais na morte do jovem e a data do julgamento ultrapasse esse período, eles serão transferidos para um presídio comum e expulsos da corporação.

Outra morte de motoboy
Em outro caso de suspeita de violência policial, o motoboy Eduardo Luiz Pinheiro dos Santos, de 30 anos, foi morto em abril passado, em São Paulo, durante ação conduzida por PMs. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, escreveu uma carta de três páginas à pedagoga Elza Pinheiro dos Santos, de 62 anos, pedindo desculpas pela morte de seu filho. O motoboy foi encontrado morto com traumatismo craniano e hemorragia à 0h10 do dia 10, três horas após ser abordado por policiais militares e levado para a 1ª Companhia do 9º Batalhão, na Casa Verde, zona norte de São Paulo.

O teor da correspondência indica que, para Camilo, o motoboy foi morto dentro do quartel. Ao menos nove policiais militares - um sargento e oito soldados - suspeitos de envolvimento na morte estão presos administrativamente.