CRACK BATE RECORD DE APREENSÕES..

PAULO MELO CORUJA NEWS.......... 

Apreensões

Paraná teve o abril do crack

Quantidade apreendida pelas polícias no mês passado fez dobrar a estatística de 2010
 
  Redação do Jornal do Estado

Crack apreendido pelo BPRv em abril: operações nas estradas jogam números para cima (foto: Foto: PM)
Até o dia 31 de março, as polícias haviam apreendido no Estado 326.569 pedras de crack, ou pouco mais de 100 pedras por mês em média. Mas em abril esse número saltou para quase o dobro. No total acumulado de 1º de janeiro a 30 de abril deste ano, foram 616.929 pedras retiradas do mercado. Em abril, pelo menos 290 mil pedras foram apreendidas no Estado. Os números são do serviço Narcodenùncia 181. Se até março as apreensões pareciam que ficariam dentro da mesma média de 2009 — foram apreendidos 1,3 milhão de pedras —, agora se tem a certeza que esse número ficará para trás.
Muito destas apreensões aconteceram nas estradas, em operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv). Só a PRF apreendeu em 24 horas, entre a quinta e a sexta-feira passada, 71 quilos da droga em três municípios. O BPRv apreendeu no dia 16 de abril outros 51,5 quilos de crack. Juntas, essas apreensões correspondem a quase metade de tudo que foi pego em abril.
O crack vem substituindo a maconha como droga preferida das classes mais baixas. Sua oferta também têm se expandido com mais facilidade. Hoje o consumo de crack já é visto como uma epidemia. O deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR), ex-Ministro da Saúde e criador da Frente Parlamentar Nacional de Combate ao Crack, afirmou que só existe uma epidemia pior que a do crack no Brasil, a da aids na África.
Na quinta passada, Alceni participou do encontro promovido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, para discutir exatamente o avanço do crack na sociedade. Foram mais de 4 horas de conversas entre deputados, representantes da segurança pública e da área da saúde, médicos e ONGs. Na reunião, a delegada do Departamento de Combate ao Narcotráfico da Polícia Civil (Denarc), Ana Paula Cunha Carvalho, informou que, só neste ano, já foram apreendidos 59 kg de crack em Curitiba.

“A reunião foi produtiva porque conseguimos com que os diversos setores que lutam contra o crack dialoguem e estudem medidas conjuntas. Além disso, o deputado Alceni Guerra comprometeu-se a encampar na Câmara Federal, uma série de medidas sugeridas pelo grupo”, conta o presidente da comissão, deputado Ney Leprevost.
Câmara — A Câmara de Curitiba também aprovou, na semana passada, a instalação da  Frente Parlamentar Contra o Crack. “Esperamos ter condições de contribuir em assunto de extrema seriedade, considerando que o problema do crack extrapola a condição de segurança pública para tornar-se uma questão de saúde pública”, diz o autor da proposta da criação da frente parlamentar, vereador Tico Kuzma.
O grande problema do combate ao tráfico de crack é, que diferente da maconha, que necessita de grandes volumes para se tornar lucrativa — até por isso são comuns as apreensões de toneladas da droga de uma vez — o crack pode ser transportado numa pequena bolsa. Estima-se que de cada quilo de crack, produza-se de mil a 4 mil pedras para consumo. Mesmo que o valor de venda seja menor que as outras drogas, o narcotráfico ganha no volume. Um viciado pode fumar até 20 pedras num único dia.