DERROTADO PEDIDO DE INTERVEÇÃO NO DF 7X1

PAULO MELO CORUJA NEWS
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Intervenção no DF foi derrotada por 7x1

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MINISTRO CEZAR PELUSO: AS INSTITUIÇÕES FUNCIONARAM ADEQUADAMENTE
Atualizado às 19:07 - O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, que é o relator do caso, apresentou voto contrário ao pedido de intervenção federal proposto pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e foi acompanhado pelos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio, ex-presidente da Corte. Eles consideram que as instituições no DF reagiram adequadamente à crise institucional estabelecida com a Operação Caixa de Pandora, que resultou no afastamento, prisão e renúncia do ex-governador José Roberto Arruda e na renúncia do seu vice, Paulo Octavio. Já o ministro Carlos Ayres Britto, que foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral, considerou procedente a representação da PGR na íntegra. Ele acha que os poderes Executivo e Legislativo no DF estão apodrecidos e são alvo de um "aquadrilhamento" destinado a roubar os cofres públicos. Gurgel começou a sessão derrotado, ao propor o adiamento da votação. Há instantes, o ministro Celso de Melo, que participa do julgamento apesar da forte gripe, reafirmou sua indignação com o escândalo de corrupção no DF, lembrou que "a ordem jurídica não pode permanecer indiferente", elogiou a representação do procurador-geral da República e citou o livro "Arte de furtar" (atribuída ao Padre Antonio Vieira, depois ao jesuita Manoel da Costa e finalmente ao diplomata António de Sousa Macedo), publicado em meados do século 18, um tratado irônico sobre o patrimonialismo português, mas resolveu seguir o voto do relator, pelo não acolhimento do pedido. Ele elogiou o papel da representação do PGR para despertar as autoridades da "letargia institucional", mas concluiu que as instituições têm funcionado adequadamente no DF. No total, sete ministros votaram contra a intervenção.
Candidatos ao governo são contra - Os principais candidatos ao governo do DF se manifestaram contrários ao pedido de intervenção federal. Joaquim Roriz (PSC) acha que não há motivo para isso, porque "os poderes estão funcionando regularmente e seria um grande prejuízo para a política e a economia do DF". Alberto Fraga (DEM), que pretende a candidatura a governador, também é contra: "A intervenção somente se justificaria diante de grave perturbação da ordem e essa situação não existe mais no DF". Para Fraga, que foi secretário de Transportes do governo Arruda, a intervenção só serviria "aos que querem ver a cidade desorganizada e para os oportunistas de plantão. Para Agnelo Queiroz (PT), "a intervenção não é o melhor caminho para Brasília". O candidato acha que "se as instituições estão funcionando, talvez não haja sequer tempo hábil para um interventor tomar pé do andamento da administração do DF". Agnelo acredita que a solução política que foi dada para o caso é legitima, o MP, a PF, a CGU e o TCU estão fazendo o trabalho de levantamento de tudo que houve de errado e malfeito naquele momento. "Agora essa é a minha visão como político, só que a decisão da Justiça é soberana."