Marcada na pele, amizade de Bruno e Macarrão começou em colégio
Dupla fez parte de projeto social no Caic de Ribeirão das Neves
“Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir. Amor
verdadeiro”. A frase eternizada em forma de tatuagem nas costas de
Macarrão dá o tom de quão estreita é a relação entre Bruno e seu fiel
escudeiro, que hoje protagonizam o caso policial mais famoso do país: o
desaparecimento de Eliza Samúdio. Capítulo mais misterioso de uma
amizade que nasceu graças a um projeto social em Ribeirão das Neves,
região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Apesar de precoce, Bruno mantinha a seriedade ao passar sua experiência das passagens pela base do Venda Nova, do Democrata de Sete Lagoas e do Cruzeiro para goleiros em potencial. Um deles era Macarrão. A relação aluno/professor no campo de terra batida, no entanto, ocupava apenas parte do dia da dupla, que permanecia no local para aproveitar as refeições distribuídas gratuitamente, se divertir e paquerar as meninas.
Em 2008, Macarrão esteve no local a convite da reportagem do
GLOBOESPORTE.COM e recordou a época em que conheceu o melhor amigo (assista
ao vídeo ao lado).
- Quando foi mandado embora do Cruzeiro pelo Ney Franco, o Bruno resolveu que não ia jogar mais futebol e veio ser nosso treinador de goleiros no projeto Toriba. Ele sempre foi muito determinado. Só pensava em trabalhar, trabalhar, trabalhar... E o pessoal só queria olhar para as meninas. Fico até emocionado por voltar a este campinho. Passamos muita coisa boa aqui. Vínhamos por causa do suco, do leite com achocolatado, mas valia muito a pena. O Bruno merece estar onde está porque sempre foi muito determinado e diferenciado – disse na ocasião.
Na reportagem, Bruno também falou com carinho dos momentos vividos no Caic.
- O que não esqueço é quando nos reuníamos no projeto Toriba que o governo fez. Me lembro que saíamos cedo, 7h, e íamos para o treino. A parte mais engraçada era aquela zoação, um brincando com o outro. Tínhamos que tomar café lá porque não havia nada para comer em casa. Um pegava o biscoito do outro.
Do Caic, a amizade entre Bruno e Macarrão ganhou o país. Onde um estava, era fácil encontrar o outro. Tanto que o goleiro deixava a cargo do amigo a administração de suas coisas. Figura constante em treinamentos e jogos do Flamengo, “Maka”, como é chamado, tinha livre acesso no clube e bom relacionamento com todos.
- Não tenho palavras para descrever o Bruno. Fez e faz muito para mim – dizia.
Frequentadores do Caic lamentam prisão
- A cidade inteira está muito triste com isso que está acontecendo. Por onde você passar em Ribeirão das Neves só se fala nesse assunto. O Bruno era um exemplo para todo mundo aqui, tratava todo mundo bem. Nas poucas vezes em que estive com ele, sempre foi uma pessoa tranquila. Nunca teve pose só por ser famoso. É difícil acreditar nisso tudo – disse Íris Matias Júnior, um dos frequentadores do local.
Sem Bruno e Macarrão, o Caic segue recebendo diariamente centenas de crianças, construindo “amizades que nem a força do tempo irá destruir” e observando à distância o desfecho de uma polêmica na qual está presente sua maior referência.
Entrada do Caic, escola onde Bruno e
Macarrão se conheceram (Foto: Cahê Mota/Globoesporte.com)
Destaque dos times locais, Bruno nunca escondeu o sonho de fazer
sucesso no futebol. Mas, como muitos dos jovens brasileiros, sofreu uma
decepção em sua primeira passagem por um grande clube. Dispensado do
Cruzeiro quando tinha cerca de 16 anos, o jovem desistiu de realizar o
sonho de ser jogador e optou por ganhar a vida de outra forma: como
treinador de goleiros do “Projeto Toriba”, uma das ações do Centro de
Atenção Integral à Criança (Caic). Foi quando estreitou os laços com
Macarrão.Apesar de precoce, Bruno mantinha a seriedade ao passar sua experiência das passagens pela base do Venda Nova, do Democrata de Sete Lagoas e do Cruzeiro para goleiros em potencial. Um deles era Macarrão. A relação aluno/professor no campo de terra batida, no entanto, ocupava apenas parte do dia da dupla, que permanecia no local para aproveitar as refeições distribuídas gratuitamente, se divertir e paquerar as meninas.
- Quando foi mandado embora do Cruzeiro pelo Ney Franco, o Bruno resolveu que não ia jogar mais futebol e veio ser nosso treinador de goleiros no projeto Toriba. Ele sempre foi muito determinado. Só pensava em trabalhar, trabalhar, trabalhar... E o pessoal só queria olhar para as meninas. Fico até emocionado por voltar a este campinho. Passamos muita coisa boa aqui. Vínhamos por causa do suco, do leite com achocolatado, mas valia muito a pena. O Bruno merece estar onde está porque sempre foi muito determinado e diferenciado – disse na ocasião.
Na reportagem, Bruno também falou com carinho dos momentos vividos no Caic.
- O que não esqueço é quando nos reuníamos no projeto Toriba que o governo fez. Me lembro que saíamos cedo, 7h, e íamos para o treino. A parte mais engraçada era aquela zoação, um brincando com o outro. Tínhamos que tomar café lá porque não havia nada para comer em casa. Um pegava o biscoito do outro.
Do Caic, a amizade entre Bruno e Macarrão ganhou o país. Onde um estava, era fácil encontrar o outro. Tanto que o goleiro deixava a cargo do amigo a administração de suas coisas. Figura constante em treinamentos e jogos do Flamengo, “Maka”, como é chamado, tinha livre acesso no clube e bom relacionamento com todos.
- Não tenho palavras para descrever o Bruno. Fez e faz muito para mim – dizia.
Frequentadores do Caic lamentam prisão
Bruno, a esposa e Macarrão em momento
de lazer
(Foto: Arquivo pessoal)
No Caic, porém, as maiores recordações são somente de Bruno. Mais pela
fama que o goleiro ganhou depois do que pelo sucesso feito no local.
Devido ao alto número de ações e crianças que passam pelo centro, poucos
lembram do ex-treinador de goleiros, mas todos lamentam o destino do
ídolo.(Foto: Arquivo pessoal)
- A cidade inteira está muito triste com isso que está acontecendo. Por onde você passar em Ribeirão das Neves só se fala nesse assunto. O Bruno era um exemplo para todo mundo aqui, tratava todo mundo bem. Nas poucas vezes em que estive com ele, sempre foi uma pessoa tranquila. Nunca teve pose só por ser famoso. É difícil acreditar nisso tudo – disse Íris Matias Júnior, um dos frequentadores do local.
Sem Bruno e Macarrão, o Caic segue recebendo diariamente centenas de crianças, construindo “amizades que nem a força do tempo irá destruir” e observando à distância o desfecho de uma polêmica na qual está presente sua maior referência.