Plantão Da Cidade on Line
Santinha atrai fieis de
todo
o país a capela em Tibagi
Emanoelle Wisnievski e Neri Aparecido Assunção – Assessoria
Pesquisa: Silmara Terezinha Pedroso em monografia de 2001 apresentada no curso de Especialização em História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com orientação da professora Rosângela Zulian
Fotos: Divulgação e Christian Camargo
o país a capela em Tibagi
Emanoelle Wisnievski e Neri Aparecido Assunção – Assessoria
Pesquisa: Silmara Terezinha Pedroso em monografia de 2001 apresentada no curso de Especialização em História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com orientação da professora Rosângela Zulian
Fotos: Divulgação e Christian Camargo
Há
110 anos, uma imagem de louça com cinco
centímetros atrai milhares de fieis de
várias
partes do Brasil a uma capela a 37
quilômetros
da cidade de Tibagi, na localidade rural
de
Campina Alta. A Santinha recebe duas
denominações, é conhecida como Santa
Pastorina
ou Castorina e sua história está ligada à
tradição de fé do povo tibagiano.
Além de se tornar uma festa oficial no calendário de eventos da cidade, o dia da Santinha, que embora não reconhecida pelo Vaticano é lembrada pelos devotos como santa milagreira, é momento de peregrinação.
Além de se tornar uma festa oficial no calendário de eventos da cidade, o dia da Santinha, que embora não reconhecida pelo Vaticano é lembrada pelos devotos como santa milagreira, é momento de peregrinação.
Mais de
dez mil
pessoas são aguardadas para 110ª Festa
da
Santinha dos dias 23 a 26 de julho,
quando se
comemora o dia de Sant'Ana, padroeira de
Ponta
Grossa e Castro – cidade de onde teria
sido
trazida a imagem no início do século
passado e
que também justifica o nome de
Castorina.
A fé no
ícone
religioso também se revela pelas
inúmeras
Castorinas e Pastorinas que residem em
Tibagi.
Uma delas, Pastorina Ribeiro Taques, a
tia Ina,
coordenadora do Provopar, tem na
certidão de
nascimento uma homenagem feita por sua
mãe à
santa.
Dona
Julia
Rodrigues Ribeiro atendeu pedido de um
vizinho
que teria feito uma promessa. “Ela dizia
que
quando estava grávida, esse vizinho do
interior
fez a promessa de que se fosse menina,
se
chamaria Pastorina”, conta. “Eu não sou
devota
fanática, mas sempre que posso vou à
festa e
gosto muito”, revela tia Ina.
A
história da
milagrosa imagem também foi tema da
monografia
apresentada em 2001 por Silmara
Terezinha
Pedroso em pós-graduação em História
pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa.
No texto,
Silmara destaca que em entrevistas
realizadas
sobre a origem da santa, os devotos
confirmam
sua fama de milagreira.
Origem
tem três versões
Quanto à origem da imagem, Silmara ressalta três versões populares. A primeira está descrita em documento da Câmara Municipal de Vereadores que permanece sobre o altar da capela onde Santa Castorina é cultuada. “Em dia e mês não especificados do ano de 1900, Maria Rubina Ferreira veio do Socavão, município de Castro, para Campina Alta”, indica a placa.
Quanto à origem da imagem, Silmara ressalta três versões populares. A primeira está descrita em documento da Câmara Municipal de Vereadores que permanece sobre o altar da capela onde Santa Castorina é cultuada. “Em dia e mês não especificados do ano de 1900, Maria Rubina Ferreira veio do Socavão, município de Castro, para Campina Alta”, indica a placa.
Era esta
mulher
que, todos os anos no mês de junho,
promovia em
sua casa uma reza em louvor à santa
atraindo
moradores vizinhos. “As notícias
alcançadas
pelos adeptos vizinhos transpôs os
limites do
município e, nos dias de hoje, as festas
em seu
louvor são assistidas por verdadeira
multidão de
fieis em busca de seus milagres”, aponta
o
texto.
Segundo a
pesquisadora, outra versão dá conta de
que a
pequena imagem pertencia a uma família
castrense
que desapareceu. “Depois de algum tempo
essa
imagem foi encontrada por outra família,
num
pequeno riacho, em Campina Alta”, relata
Silmara.
A última
hipótese para o surgimento da imagem
está ligada
à passagem do Monge João Maria por
Tibagi. “O
monge circundava a região de Castro e
Tibagi.
Assim, com suas andanças, ele poderia
tê-la
trazido de Castro para Campina Alta,
onde ela
permanece até o dias atuais”, reflete a
historiadora, unindo as segunda e
terceira
versões.
Ela
acrescenta
que naquela época, as necessidades
espirituais
das populações coloniais não eram
completamente
atendidas no contato oficial e formal
com a
Igreja Católica e seus representantes
oficiais,
como padres e bispos. “Uma forma de
religiosidade popular organizou-se em
torno de
eremitas e santuários que procuravam
incutir no
coração dos pobres a certeza de uma vida
eterna,
a esperança de um lugar no céu e a ideia
de que
os homens são imponentes diante do poder
divino”, cita Silmara, fazendo
referência a
outra historiadora, Mary Del Priori, que
escreveu 'Religião e religiosidade no
Brasil
Colônia' (Ática, 1997).
“A origem
da
devoção ou surgimento da imagem é uma
questão
que continuará sem resposta, entretanto
cabe
considerar os movimentos peregrinos em
sua
devoção e a importância que tomou na
sociedade
tibagiense”, pontua Silmara. “Santa
Castorina
pode ser considerada uma figura lendária
e
eleita como Santa, inicialmente num
culto
doméstico particular e depois pelo
devocionário”,
enfatiza.
Milagres
não são
confirmados, mas reafirmados com o tempo
De acordo com a pesquisa de Silmara Pedroso, a imagem cultuada não representa nenhuma figura humana que possa ter vivido em qualquer tempo ou espaço e realizado milagre que a levasse a conquistar o título de milagrosa. “O que se sabe é que, desde o início, os devotos cultuavam a pequena imagem de louça, atribuindo a ela todas as graças recebidas”.
De acordo com a pesquisa de Silmara Pedroso, a imagem cultuada não representa nenhuma figura humana que possa ter vivido em qualquer tempo ou espaço e realizado milagre que a levasse a conquistar o título de milagrosa. “O que se sabe é que, desde o início, os devotos cultuavam a pequena imagem de louça, atribuindo a ela todas as graças recebidas”.
Mesmo sem
qualquer prova, algumas passagens são
relatadas
pela população que atribui poderes à
figura de
sua devoção. Uma delas é do tempo da
substituição de uma velha capela de
madeira por
nova construção, em alvenaria, na
Campina Alta
ainda na década de 1990. “Contam alguns
devotos
que quando foi construída a segunda
capela, a
santinha se recusava a sair da antiga.
Levavam-na para a capela nova e no dia
seguinte
encontravam-na no mesmo lugar na
antiga”,
resgata Silmara.
Imagem
de louça
A pequena imagem de louça mostra uma mulher de pele clara, vestida com capa e capuz rosa, segurando na mão direita uma espécie de cesta, e não apresenta característica sacra. A estatueta que está na capela é a mesma que teria sido encontrada em 1900 por Maria Rubina, em Castro, exposta no centro do altar por onde centenas de pessoas passam para beijá-la ou depositar ali algum objeto como forma de agradecimento pelas bênçãos recebidas.
A pequena imagem de louça mostra uma mulher de pele clara, vestida com capa e capuz rosa, segurando na mão direita uma espécie de cesta, e não apresenta característica sacra. A estatueta que está na capela é a mesma que teria sido encontrada em 1900 por Maria Rubina, em Castro, exposta no centro do altar por onde centenas de pessoas passam para beijá-la ou depositar ali algum objeto como forma de agradecimento pelas bênçãos recebidas.
A festa
O local de devoção, nos três dias de festa, se transforma num centro de peregrinação. As estradas que dão acesso à Campina Alta são arrumadas e toda uma estrutura de barracas de alimentação é organizada.
O local de devoção, nos três dias de festa, se transforma num centro de peregrinação. As estradas que dão acesso à Campina Alta são arrumadas e toda uma estrutura de barracas de alimentação é organizada.
A
Prefeitura
ajuda na organização, mas a festa tem
sua
estrutura terceirizada e neste ano quem
cuida de
tudo é Dario Dentinho, da empresa
Dentinho
Produções e Eventos. Seu contato é (42)
9917-9827 ou (41) 9625-5030.
No ano
passado,
a Prefeitura inaugurou o calçamento que
dá
acesso à gruta da localidade, feito de
pedras
poliédricas, além da pintura da igreja e
a
construção de um local apropriado para a
queima
de velas. Outra novidade foi a
restauração de
uma gravura de Sant’Ana, dedicada aos
festeiros
em 1906, realizada pela Secretaria
Municipal de
Turismo. A peça é usada todos os anos
durante a
procissão, e pode ser vista na capela
local.
Evento é
porta
de entrada para turistas
“Recebemos pessoas de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de São Paulo e de todo o Paraná, especialmente do Norte Pioneiro. A Festa da Santinha é um grande portal de entrada de turistas em Tibagi, por isso, sempre aproveitamos para divulgar outros pontos turísticos e atrativos da cidade”, explica a secretária de turismo, Cecília Nanuzi Pavesi.
“Recebemos pessoas de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de São Paulo e de todo o Paraná, especialmente do Norte Pioneiro. A Festa da Santinha é um grande portal de entrada de turistas em Tibagi, por isso, sempre aproveitamos para divulgar outros pontos turísticos e atrativos da cidade”, explica a secretária de turismo, Cecília Nanuzi Pavesi.
Juliana
Nogueira, gerente de Turismo da Sematur,
aproveita para destacar que o Centro de
Informações Turísticas, na entrada da
cidade
para quem vem de Castro pela PR-340,
fica aberto
mesmo no feriado para oferecer auxílio
aos
turistas. Também está disponível o disk
turismo
pelo 0800 643 1388. “É uma boa
oportunidade para
quem quer conhecer o Canyon Guartelá ou
as
corredeiras do Rio Tibagi e saltos que
ficam
pertinho da cidade”, enfatiza a gerente.
Programação
atrai crianças
A programação deste ano para a Festa da Santinha, formatada pela empresa Dentinho Produções, está voltada também às crianças. Nos quatro dias de evento haverá shows com Super-heróis, como Batman, Homem Aranha, Incrível Hulk e Wolverine, interpretados por atores reais, como no cinema.
A programação deste ano para a Festa da Santinha, formatada pela empresa Dentinho Produções, está voltada também às crianças. Nos quatro dias de evento haverá shows com Super-heróis, como Batman, Homem Aranha, Incrível Hulk e Wolverine, interpretados por atores reais, como no cinema.
No dia
23, a
abertura será às 20 horas. Dia 24 tem
novamente
show com os heróis e ainda com o Palhaço
Xereta
e sua Guitarra Maluca. Dia 25, domingo,
tem o
tradicional almoço com churrasco e no
dia da
Santa, 26, haverá missa, leilão e
encerramento.