CORRUPÇÃO EM DOURADOS: OPOSIÇÃO QUER MANDATO TAMPAÃO PARA COBRIR ROMBO DE ARTUZI

PAULO MELO CORUJA NEWS

Oposição quer mandato “tampão” para cobrir rombo de Artuzi

Willams Araújo

Dois dos principais líderes políticos de oposição ao grupo que dominou até agora o poder em Dourados defenderam nesta terça-feira eleições diretas para a escolha do novo prefeito do município.
O mandato “tampão” de dois anos foi defendido pelo deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e pelo deputado federal Geraldo Resende (PMDB), que esteve pela manhã na Assembléia Legislativa mantendo contatos políticos.
Tanto o democrata quanto o peemedebista acreditam que somente o referendo popular seria o “fórum” ideal para se resolver o impasse depois da prisão do prefeito Ari Artuzi (PDT) e de quase toda a composição da Câmara de Vereadores de Dourados por prática de corrupção.
“Não é necessidade (eleição direta), acho que é o correto, porque os governantes são sempre escolhidos pelo povo, porque a força do voto é que coloca as pessoas e que tira as pessoas. Então, se essas pessoas que participaram desse episódio não merecem credibilidade, quem deve tirar são os eleitores”, aconselhou Zé Teixeira, único representante de Dourados na Assembléia.
Apesar de defender a realização de um novo pleito, Zé Teixeira descartou a possibilidade de postular o cargo, preferindo continuar, em caso de reeleição, representando Dourados e outros municípios na Assembléia.
Ele também avaliou como prejudicial à democracia o fato de grupos de pessoas terem promovido quebradeira durante manifesto na Câmara de Vereadores.
“Acho que a população tem que acalmar nesse momento, parar com essa quebradeira, até porque muitas das pessoas que participaram do manifesto votaram no prefeito e nos vereadores”, acrescentou.
Sobre as acusações envolvendo Artuzi, Zé Teixeira lembrou ter alertado à população, tanto por meio de entrevistas à imprensa quanto durante pronunciamentos na tribuna da Assembléia.
“Muitas vezes alertei sobre a falta de condições psicológicas, da falta de estrutura, da falta de berço, de conhecimento, da falta de preparo”, acrescentou, arrematando que Artuzi não tinha condições de administrar uma cidade do porte de Dourados.
Da mesma forma, Geraldo Resende quer que o eleitorado douradense volte às urnas para escolher seus novos representantes. Como se sabe, o prefeito e toda a linha sucessória está presa. “Por tudo o que eu já ouvi de juristas acho que tem de haver eleições diretas”, sugeriu.
Ao contrário do democrata, Resende não descarta a possibilidade de disputar a prefeitura na eventualidade de a Justiça Eleitoral determinar um mandato “tampão” na segunda maior cidade do Estado.
“Só se houver um chamado. O novo prefeito precisa ser alguém com boa articulação no nível estadual e federal. Mas eu não quero fazer futurologia”, disse.
Para Resende, Dourados passou por um Tsunami com a administração de Artuzi. Ele avalia que a intervenção seria uma medida “muito dolorosa” e que o caminho certo seria a realização das eleições. (O Progresso/Conjunturaonline)