PAULO MELO CORUJA NEWS
Ronaldo
Joel Saget/France Presse
Um mês e duas semanas depois, Lula volta a Santa Catarina nesta quarta (27). Na visita anterior, dividira-se entre os papéis de presidente e de cabo eleitoral.
Vestido de chefe de Estado, inaugurara parte da obra do porto de Itajaí. Na pele de patrono de Dilma Rousseff, escalara um palanque em Joinville.
Nesse comício, desancara os Bornhausen e falara em “extirpar” o DEM de cena. Na nova visita, Lula foi como que condenado a uma agenda estritamente oficial.
Entregará a última etapa da reconstrução do porto de Itajaí, engolfaedo pelas enchentes de 2008. E quanto à política?
Em se tratando de Lula, sempre há a possibilidade de a cerimônia oficial ser utilizada com propósitos eleitorais. Porém...
Porém, o DEM que Lula queria “extirpar” já elegeu, no primeiro turno e com o apoio dos Bornhausen, o governador Raimundo Colombo.
De resto, o Estado figura entre as poucas unidades da federação em que José Serra prevalece nas pesquisas sobre Dilma Rousseff.
Ou seja: para Lula, Santa Catarina é, por assim dizer, um caso perdido.
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Em campo: no Maracanã, Serra pousa contra imagem de torcida congelada na foto
José Serra concentrou suas campanha, nesta terça (26), nas regiões Sudeste e Sul. Foi, primeiro, ao Rio de Janeiro.
Visitou as obras do Maracanã, que está sendo preparado para a Copa de 2014. Disse que, eleito, dará prioridade aos investimentos para a Copa e as Olimpíadas de 2016.
Posou para foto contra um pano de fundo de torcedores. Torcedores de clubes cariocas, congelados numa foto.
Dali, cruzou os céus em jatinho particular rumo ao Sul. Na cidade gaúcha de Caxias do Sul, discursou num palanque montado pelo PMDB.
A maioria do PMDB gaúcho, partido do vice de Dilma Rousseff, Michel Temer, fechou com Serra.
O candidato tucano pespegou na campanha rival um epíteto indigesto: “Nazista”. Disse que Dilma & Cia. empregam métodos à Goebels.
Como assim? Repetem à saciedade que, se eleito, Serra vai “privatizar” o pré-sal.
"Eles pegam uma coisa totalmente absurda e ficam repetindo, repetindo, repetindo... Fazem isso no melhor estilo de propaganda nazista".
Entre os peemedebês presentes, o mais ilustre era José Fogaça, candidato derrotado ao governo gaúcho. Depois dele, Germano Rigotto, derrotado na corrida ao Senado.
A principal autoridade tucana no Estado, a governadora Yeda Crusius, tisnada por denúncias de corrupção, não apareceu. “Ela tinha que governar”, mimimizou Serra.
À noite, Serra aterissou em Foz do Iguaçu (PR). Foi a uma convenção da Assembleia de Deus. Fez, de gogó, uma promessa que Dilma fizera por escrito.
Assegurou que, se chegar à Presidência vai vetar a lei que criminaliza a homofobia. Tratou o avanço como se fosse atraso.
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Dilma, ao final de carreata em Caruaru: 'País segue em frente ou vai Serra abaixo'
Na maratona em que se converteu a reta final da eleição, Dilma Rousseff percorreu três Estados do Nordeste nesta terça (26): Ceará, Pernambuco e Bahia.
É no Nordeste que Dilma amealha sua maior quantidade de votos. Ali, segundo o Datafolha, sua vantagem sobre Serra é de 37 pontos: 64% a 27%.
No périplo desta terça, Dilma não contou com a companhia do patrono Lula. Foi ciceroneada por governadores aliados, todos reeleitos no primeiro turno.
No Ceará, primeiro estágio da viagem, percorreu as ruas da capital, Fortaleza, em carro aberto. Ao seu lado, o governador Cid Gomes (PSB).
Deu-se em Pernambuco, segunda escala, a apoteose do dia. No Estado natal de Lula, Dilma mediu asfalto no município de Caruaru.
Ciceroneada pelo governador Eduardo Campos (PSB), a candidata entusiasmou-se com a multidão. E decidiu fazer um comício relâmpago ao final do percurso.