Priscila Forone/Gazeta do Povo
Isqueiros falsificados apreendidos pela Receita Federal no Paraná: produtos de baixo custo também são alvo do mercado da pirataria De isqueiro a camisinha, mercado pirata se espalha
No período de janeiro a agosto, foram apreendidos R$ 204,3 milhões em produtos falsificados no Paraná em 694 operações – quase três por dia
Fabiane Ziolla Menezes
O mercado da pirataria está mudando e não se baliza mais por produtos de preço alto, segundo o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos de Propriedade Intelectual (CNPC). Na lista dos tradicionais falsificados – CDs, DVDs, produtos de informática e roupas de marca –, estão agora preservativos, materiais cirúrgicos (próteses ósseas, bisturis e luvas), peças automotivas e até mesmo de aviação. “Todo o produto que é necessário à população e tem ‘boa saída’ vem sendo falsificado”, afirma a secretária-executiva do CNPC, Ana Lúcia Moraes Gomes.
A diversidade de mercadoria contribui para o crescimento do setor. O volume de apreensões dá uma pista do quanto se movimenta no mercado paralelo. De janeiro a agosto deste ano, foram apreendidos R$ 204,3 milhões em produtos falsificados no Paraná, em 694 operações -- quase três por dia. As ações foram conjuntas entre as polícias Federal, Civil e Rodoviária Federal e a Receita Federal da 9.ª Região, que também engloba o estado de Santa Catarina, mas que concentra a maior parte das apreensões aqui no estado.
Peças de vestuário continuam sendo os produtos mais comercializados, mas mercadorias de baixo custo, como isqueiros e canetas, começam a ganhar espaço na estatística. No ano passado, 25 milhões de canetas falsificadas chegaram ao Brasil pelos portos, segundo o Grupo de Proteção à Marca (BPG), entidade que reúne 11 grandes marcas de vários segmentos da economia e faz parte do CNPC.