Na estreia como presidenta, Dilma prega cooperação internacional
Presidenta tem a tarefa de preencher espaço deixado pelo ex-presidente Lula na cena diplomática internacional
Em sua estreia no cargo de presidenta, Dilma Rousseff saiu em defesa da cooperação internacional e do incentivo ao comércio exterior brasileiro. Os dois assuntos pautaram a série de reuniões com chefes de Estado estrangeiros que participaram ontem da cerimônia de posse em Brasília e hoje conseguiram um espaço na agenda da nova presidenta. A presidenta tem agora como um de seus desafios fazer jus à fama conquistada no exterior pelo antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.No encontro com o príncipe das Astúrias, Felipe de Bourbon, herdeiro da coroa espanhola, Dilma discutiu as relações comerciais entre os dois países. A conversa, que abriu a agenda da presidenta, durou cerca de 40 minutos, ultrapassando o tempo previsto inicialmente, de apenas meia hora. Foi feita uma análise das condições da instalação de empresas espanholas no Brasil, em especial nos setores energético, tecnológico e financeiro.
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Dilma no encontro com o príncipe das Astúrias, ao abrir a série de reuniões bilaterais em Brasília
Na reunião com o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, foi firmado um compromisso de melhorar a relação comercial entre os dois países. Sócrates afirmou ter dito a Dilma que o Brasil "pode contar, como sempre contou, com Portugal como um aliado fiel". O comércio bilateral foi o principal tema do encontro. "Portugal é uma porta de entrada na Europa para os produtos brasileiros e continuará sendo", declarou Sócrates, quem ressaltou a "crescente relação" que existe entre as empresas dos setores público e privado de ambos os países.
A posse de Dilma foi marcada por algumas ausências, como a da presidenta Argentina Cristina Kirchner. O chanceler argentino Héctor Timerman disse acreditar que seu país pode ser o primeiro destino da nova presidenta brasileira escolha o país vizinho para sua primeira viagem oficial ao exterior. "Falarei com (o chanceler brasileiro Antonio) Patriota, mas é uma possibilidade" a viagem da presidenta brasileira a Buenos Aires, disse Timerman em Brasília, segundo despacho da agência estatal argentina Télam. Patriota tinha previsto receber na tarde deste domingo o colega argentino em sua primeira reunião bilateral após assumir o posto de chanceler.
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Dilma e Taro Aso, do Japão, na série de encontros bilaterais realizados neste domingo
A possibilidade de um acordo comercial entre o Mercosul e a Coreia do Sul foi foi tema do encontro da presidenta com o primeiro ministro sul-coreano, Kim Hwang-Sik, na manhã de hoje no Palácio do Planalto. Além disso, também foram debatidos acordos de cooperação na área tecnológica entre os países, como na energia nuclear, petróleo e construção naval. Dilma e Hwang-Sik também citaram a necessidade de reequilibrar o comércio exterior entre os dois países, que tem sido majoritariamente deficitário para o Brasil. Em 2009, o saldo comercial entre os dois ficou negativo em US$ 2,16 bilhões para os brasileiros. Em 2010, o número mais que dobrou, para um déficit de US$ 4,4 bilhões.
*Com informações da EFE , AFP e Agência Estado