PAULO MELO CORUJA NEWS
JOSIAS DE SOUZA
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JOSIAS DE SOUZA
Jefferson: o novo relatório da PF conduz ao ‘infinito’
ABr
O recém-elaborado relatório da PF sobre o mensalão pode virar peça natimorta. Se aproveitado por Joaquim Barbosa, do STF, o texto servirá mais aos réus que à acusação.
Vai abaixo um par de notas veiculadas no Painel, editado pela repórter Renata Lo Prete, na Folha:
- Dilemas do mensalão: Apesar de servir para confirmar o uso de dinheiro público no mensalão, o novo relatório da PF, revelado pela revista ‘Época’, dificilmente terá condições de ser incorporado aos autos da ação penal que corre no STF sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa.
Na hipótese de fatos novos com relação aos atuais réus não descritos na denúncia recebida pelo Supremo, o Ministério Público Federal faz um aditamento na peça de acusação.
Se isso vier a ocorrer, todos os réus estarão, em princípio, aptos a se manifestar sobre as novas investigações. Haveria, portanto, o risco de reiniciar todo o jogo.
- E além! Do presidente do PTB, Roberto Jefferson, denunciante e réu do mensalão: "Se o ministro Joaquim Barbosa juntar esse relatório ao processo, criará uma imensa celeuma. Dará um passo rumo ao infinito".
A penúltima da selva política: o Índio de dois gumes
Sérgio Lima/FolhaDepois de deixar o DEM, Índio da Costa formalizou sua adesão ao PSD, o projeto de partido de Gilberto Kassab.
"Vou coordenar o PSD no Rio. A partir de agora vou começar a buscar adesões", disse Índio, depois de se reunir com Kassab.
No Estado de Índio, o PSD do 'ex-demo' será aliado do protogovernista PMDB, do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes.
“Estaremos ao lado do que for bom pro Rio”, disse Índio.
Cabral e Paes notalilizam-se pela parceria que os une a Brasília. Nasceu sob Lula. Cresce sob Dilma Rousseff.
Significa dizer que o ex-oposicionista Índio promove uma admirável composição com o que considerava abominável.
Vice de José Serra na derrotada chapa de 2010, Índio pintou-se para a guerra. Opôs-se ao PT, a Lula e a Dilma.
Na nova oca, talvez tenha de defender enfaticamente aquilo que atacava vigorosamente.
Está na bica de virar a penúltima novidade da selva em que se converteu a política brasileira: um Índio de dois gumes.
Dilma, PMDB, cegueira e excesso de pontos de vista
Iniciada na votação do salário mínimo, foi ao beleléu a lua-de-mel de Dilma com o PMDB.
O partido de Temer voltou a se expressar no gerúndio. Está pedindo, reivindicando, exigindo que Dilma entregue as prometidas nomeações.
No seu melhor estilo, a legenda avisa ao Planalto que venceu o prazo de validade de sua paciência.
A caciquia olha para o Diário Oficial, vê os nomes fluindo e suspeita que Dilma toma o PMDB por cego.
Arrisca-se a ver renascer no Congresso um "aliado" cheio de pontos de vista.
MST deflagra na Bahia o 1º ‘Abril Vermelho’ de Dilma
Leonardo Wen/Folha/Arquivo
O MST invadiu no final de semana, na Bahia, quatro fazendas. Até o final do mês, planeja empurrar militantes para dentro de cem propriedades.
Essas primeiras invasões ocorreram ao sul do mapa baiano. Duas na madrugada de sábado (2), nos municípios de Teixeira de Freitas e Alcobaça.
As outras duas, neste domingo (3), nas cidades de Itabela e Juruçu. Uma das propriedades ocupadas, a de Itabela, produz eucaliptos.
Plantada em 6,8 mil hectares, a madeira abastece uma fábrica de papel, a Veracel Celulose, no município vizinho de Eunápolis.
Repete-se em 2011 algo que já virou rotina, o “Abril Vermelho”. Neste ano, o MST invoca duas razões adicionais para reiterar o ciclo de invasões.
A primeira: no dia 17 de abril, o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), que resultou na morte de 18 sem-terra, faz “aniversário” de 15 anos.
A segunda: Apoiada pelo MST na eleição de 2010, Dilma Rousseff ainda não se animou a conceder uma audiência ao movimento. Deseja-se pressioná-la.
“Já fizemos pedido de reunião com a presidente, mas não houve nenhuma resposta”, diz Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do MST
“Esperamos ser recebidos, ao menos, por ministros agora”, ele acrescenta.
A cúpula do MST está incomodada com o fato de ter evaporado da agenda do governo o tema que justifica o movimento:
“Desde o fim da eleição, o tema reforma agrária sumiu da pauta, e precisamos que ele seja retomado”, lamuria-se Gilmar.
“Garantimos que a pressão social vai aumentar”, avisa o grão-emeessetê.
Esse é o primeiro “Abril Vermelho” da Era Dilma. Além de invadir propriedades, planeja-se ocupar prédios públicos e marchar pelas ruas de grandes cidades.
No Planalto, cabe ao ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) manter contato com o sindicalismo e os movimentos sociais.
Em várias entrevistas, o ministro disse que não é intenção do novo governo “criminalizar” os seus parceiros “sociais”. Porém...
...Porém, Gilberto Carvalho também disse que, sob Dilma, não seriam toleradas ações que afrontassem a lei. Tem agora a oportunidade de demonstrar que falava sério.
Dilma abandona redoma do Alvorada e vai ao teatro
Roberto Stuckert Filho/PR
De bem com a popularidade, Dilma Rousseff se autoconcedeu um momento de contato com uma pequena multidão. Deu-se na noite deste sábado (2).
A presidente deixou momentaneamente o isolamento da redoma do Palácio da Alvorada e foi à poltrona de uma platéia de teatro.
Dilma assistiu, no Centro Cultural do Banco do Brasil, ao monólogo “A Lua Vem da Ásia". Trata de um tema pesado: a loucura.
Baseada num livro do escritor mineiro Walter Campos de Carvalho, a encenação, estrelada pelo ator Chico Diaz, agradou.
"Vocês deveriam ver essa peça", Dilma aconselhou, na saída, a visitantes do centro cultural administrado pelo BB.
Um rapaz brindou a presidente com um elogio inesperado: “Linda”. Entre surpreendida e descrente, ela reagiu assim: "Achou?!"
Um repórter perguntou a Dilma o que ela tinha achado do relatório da PF sobre o escândalo do mensalão.
Dilma pôs-se a elogiar a peça. A peça teatral, não a peça redigida pela PF a pedido do ministro Joaquim Barbosa, do STF.
Acompanharam Dilma na incursão teatral, além dos seguranças, o governador baiano Jaques Wagner (PT) e a mulher dele, Fátima Mendonça.
Antes de retornar ao refúgio palaciano, Dilma passou pelo camarim. Cumprimentou o ator pelo desempenho.
Chico Diaz, que visitara a presidente na véspera, no Planalto, ofereceu à expectadora inusual uma taça de champanhe. Brindaram.
"Só o fato de ela vir aqui, ao teatro, é muito bacana", disse o ator.
Nesta segunda (4), 48 horas depois de degustar a ficção provida pelo texto de Campos de Carvalho, Dilma volta à realidade.
Obama pode anunciar ‘recandidatura’ nesta semana
Marcelo Justo/Folha
Nos EUA, como no Brasil, presidente no usufruto do primeiro mandato é um “recandidato” à espera do melhor momento para acontecer.
A imprensa norte-americana detectou nos penúltimos movimentos da Casa Branca indícios de que Obama se prepara para sair da toca.
Espera-se para os próximos dias o anúncio da candidatura dele à reeleição, em 2012. Pode vir por meio de mensagem eletrônica aos partidários.
Pode se materializar num gesto mais peremptório: a inscrição na agência federal eleitoral dos EUA.
Obama ensaia a volta à estrada num momento delicado. A popularidade não é vistosa: entre 45% e 48%, dependendo do instituto.
A conjuntura é tóxica. Já exausto de guerras –Iraque, Afeganistão...—o americano torce o nariz para a presença dos EUA na Líbia.
Há, de resto, grande impaciência do eleitor com a longevidade da crise econômica.
Na sexta (1º), veio à luz um dado alvissareiro: a menor taxa de desemprego em dois anos. Muito pouco, porém, para quem foi eleito sob densa expectativa.
A favor de Obama, a ausência de opositores. No partido dele, o Democrata, não há, por ora, quem se anime a desafiá-lo numa convenção.
No partido de oposição, o Republicano, os pretendentes não parecem à altura da empreitada.
São três os republicanos que se dispõem a enfrentar Obama: Tim Pawlentyuna, ex-governador de Minesota;...
...Newt Gingrich, um conservador de aparência e retórica toscas, que já foi presidente da Câmara;...
...E Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts, batido em 2008 por John McCain, o adversário batido por Obama na eleição passada.
Ou seja: a despeito da atmosfera adversa que o envolve, Obama vai à disputa, no mínimo, com a aparência de mal menor.
O desafio não é, porém, pequeno. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o único democrata que conseguiu o segundo mandato foi Bill Clinton (1993-2001).
- Alteração feita às 8h47 desta segunda (4): como previsto, Obama formalizou o projeto de concorrer a um segundo mandato. Simultaneamente, foi à web um vídeo no qual eleitores se associam à causa.
Ex-tudo, Lula vira empresário do ramo das palestras
Alan Marques/FolhaEx-retirante, ex-metalúrgico, ex-sindicalista, ex-socialista e ex-presidente, Lula injetou em sua biografia uma nova qualificação: empresário.
Registrou na Junta Comercial de São Paulo sua primeira empresa.
Traz na logomarca as iniciais do dono: LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda..
O registro foi feito em 18 de março. Lula tem como sócio o amigo, ex-assessor e ex-presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.
O mesmo Okamotto que, em 2006, disse que pagou do próprio bolso R$ 29 mil de uma dívida de Lula com o PT.
O capital da nova empresa é mixuruca: R$ 100 mil. Menos que o preço das palestras que o neoempresário comercializa: entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.
No papel, a sede da firma que faz do gogó de Lula um produto será o apartamento do dono, em São Bernardo do Campo (SP).
Okamotto se diverte: "Agora o presidente é empresário. Vocês reclamavam que ele não tinha estudado, e agora ele tem alguns títulos de doutor honoris causa".
Com a formalização do negócio, Lula fica autorizado a entregar nota fiscal à clientela e obrigado a recolher os tributos devidos.
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Nas alturas!
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