TRIPULAÇÃO ANUNCIOU APENAS UM BLECAUTE DE NAVIO NA COSTA YTALIANA

PAULO MELO CORUJA NEWS

Tripulação de navio anunciou apenas um blecaute após acidente na costa italiana

Do UOL, em São Paulo

    A tripulação do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na última sexta-feira (13) na costa italiana matando ao menos 11 pessoas, insistiu em anunciar logo após o acidente que a embarcação havia sofrido apenas um blecaute e dizia estar "verificando as condições".

    Uma conversa telefônica de meia hora entre um oficial do navio e outro da Capitania dos Portos, depois da colisão do navio com uma formação rochosa perto da ilha de Giglio, foi divulgada nesta quinta-feira (18) pelo canal de televisão "Sky TG24". No diálogo é possível ouvir o oficial insistindo que o caso seria apenas um blecaute.
     Imagem de satélite da última terça-feira (17) mostra o navio Costa Concordia após o acidente, na costa da ilha de Giglio, na Itália DigitalGlobe/Reuters

    Já os funcionários da Capitania dos Portos ressaltavam que a polícia teria recebido uma ligação de um marinheiro do navio informando sobre um teto caído e que as pessoas a bordo teriam colocado os coletes salva-vidas.

    Outra reportagem do jornal "La Repubblica" indica que, após o momento do choque do Costa Concordia contra as pedras, em um período de uma hora e 15 minutos, o comandante da embarcação, Francesco Schettino, contatou pelo menos três vezes o diretor de operações marinhas da empresa proprietária da embarcação, Roberto Ferrarini.
    A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio, anunciou nesta quinta-feira a suspensão de Schettino, envolvido agora em uma nova polêmica. Após um diálogo mostrar que o comandante estava fora do navio durante o resgate e teria se recusado a voltar a bordo, o capitão agora é acusado de estar acompanhado de uma jovem, de nacionalidade moldávia, na noite do acidente –segundo as autoridades, ela não aparece nem na lista de passageiros, nem na da tripulação.

    O advogado da empresa, Marco de Luca, informou sobre as medidas que a companhia decidiu tomar por enquanto, entre elas a suspensão de Schettino, o que se considera um primeiro passo para sua demissão após o naufrágio, que deixa um balanço de pelo menos 11 mortos e cerca de 20 desaparecidos.

    De Luca explicou que a proprietária do cruzeiro acabou se tornando "parte afetada" na investigação aberta pela Promotoria de Grosseto, que acusa o capitão, atualmente sob prisão domiciliar, de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio.

    O advogado alega que a empresa "sofreu um dano patrimonial enorme", além do "drama humano e tragédia" causados pelo naufrágio. Em sua opinião, ainda é prematuro constatar se a Costa Cruzeiros, que insiste que o acidente ocorreu por "falha humana", se constituirá como parte civil em um eventual processo judicial.


    O que é certo da parte a Costa Cruzeiros é que ela não oferecerá assistência legal ao capitão da embarcação.

    A empresa também informou nesta quinta-feira que está entrando em contato com os passageiros e as associações de consumidores para devolver-lhes o dinheiro da compra do pacote e as demais despesas materiais decorrentes do naufrágio, que provocou a retirada dos ocupantes de um cruzeiro que levava 4.229 pessoas a bordo.

    Busca por mais vítimas

    Após permanecerem interrompidas durante grande parte desta quarta-feira, as tarefas de resgate de novas vítimas foram retomadas nesta quinta logo cedo. Foram identificados outros dois dos corpos encontrados até agora, pertencentes a um homem e a uma mulher, ambos de nacionalidade francesa.

    As buscas por desaparecidos e de preparação para a extração do combustível da embarcação podem ser suspensas novamente nesta sexta-feira, diante da previsão de mau tempo.

    O ministro do Meio Ambiente britânico, Corrado Clini, informou que, nesta sexta-feira, o Conselho de Ministros da Itália abordará a já anunciada medida que pretende estabelecer uma lista de "rotas arriscadas" para cruzeiros.

    (Com EFE)
    Resgate usa explosões controladas no casco do cruzeiro Objetivo é abrir buracos no navio naufragado para que integrantes das equipes de resgate cheguem às partes de difícil acesso.