Lula: ‘Gestão acaba, mas modelo está só começando’
Pronunciamento do Dia do Trabalhador teve tom eleitoral
Neste sábado, presidente leva Dilma à festa das centrais
Lula aproveitou o
tradicional pronunciamento do “Dia do Trabalhador” para fazer campanha
eleitoral dissimulada.
Prestes a
passar o bastão para o sucessor, o presidente usou na rede nacional de
rádio e TV um timbre de despedida:
“Esta é a
última vez que falo com vocês, como presidente, para comemorar o nosso
dia, o Dia do Trabalhador”.
Fez
ataques velados à oposição: “Nesses últimos anos, o povo aprendeu a
confiar em si mesmo. Aprendeu a não dar ouvidos aos derrotistas e à
turma do contra...”
“...Aos
que diziam que o Brasil tinha de se contentar com um crescimento
medíocre; aos que pregavam o conformismo diante da exclusão social e da
injustiça”.
Festejou
a conjuntura benfazeja: “O Brasil tem todas as condições de crescer a
taxas robustas, na casa dos 5% ao ano [...]”.
Citou os
três programas que compõem o mostruário da candidata oficial Dilma
Rousseff: Bolsa Família, PAC e pré-sal.
Com
jeito, fez uma enfática defesa da continuidade: “Daqui a oito meses,
deixarei a presidência da República, cargo para o qual fui eleito duas
vezes...”
“[...]
Olhando para o calendário, meu período de governo está chegando ao fim.
Mas algo
me diz que este modelo de governo está apenas começando.”
À sua
maneira, Lula estimulou os patrícios que o brindam com a
superpopularidade a prestar atenção nas urnas:
“Algo me
diz, fortemente, em meu coração, que este modelo vai prosperar. Sabe
por quê?...
“...Porque
este modelo não me pertence: pertence a vocês, pertence ao povo
brasileiro...”
“...Que
saberá defendê-lo e aprofundá-lo, com trabalho honesto e decisões
corretas”.
Neste
sábado, dia em que se comemora o 1º de Maio, Lula vai como que sinalizar
aquela que, na sua opinião, é a “decisão correta”.
Pela
primeira vez em sete anos de mandato, Lula participará dos festejos
organizados pelas centrais sindicais, em São Paulo.
Carregando
Dilma a tiracolo, o presidente prestigiará os eventos da CUT e da Força
Sindical.
Estima-se
que a candidata e o cabo eleitoral verão e serão vistos por mais de 1
milhão de pessoas.
O rival
tucano José Serra não foi convidado. Para não desperdiçar o sábado, o
presidenciável da oposição decidiu voar para Santa Catarina.
Serra
vai ao balneário de Camboriú. Terá um encontro com léderes de um outro
ninho de votos: os evangélicos.