CASAL DE PELOTAS PRETENDIA OFICIALISAR UNIÃO NO RETORNO DE VIAGEM QUE MATOU 26 PESSOAS

PAULO MELO CORUJA NEWS

Casal de Pelotas pretendia oficializar união no retorno de viagem que matou 26 pessoas

Fernando Zanetti Furtado, 29 anos e Saionara Rocha, 25 anos, namoravam há 10 anos

Juntos há mais de dez anos, Fernando Zanetti Furtado, 29 anos e Saionara Rocha, 25 anos, pretendiam oficializar a união no retorno da viagem que lhes tirou a vida. Pais de Andrei, de 10 anos, os pelotenses já haviam convidado um casal de amigos para serem padrinhos do casamento. Na lista de sonhos ainda estava aquisição de uma casa própria, a que eles moravam no Loteamento Toussaint no bairor Três Vendas era alugada.

Furtado trabalhava há oito anos com o pai Paulo de Moura Furtado e com o irmão gêmeo Fábio Zanetti Furtado. Ele havia deixado a casa na Rua 19, no Loteamento Toussaint em Pelotas, na metade de fevereiro para uma viagem para o Mato Grosso, a previsão de retorno era a próxima quarta-feira.

A mulher só viajava com Furtado nas férias escolares do menino, quando o mesmo ficava sob os cuidados da cunhada Cristiane Furtado. De acordo com familiares, Andrei só não foi junto na viagem porque perderia os primeiros dias de aula.

Entre os vizinhos, o sentimento é de comoção. Sempre lembrado como um companheiro para a esposa e um pai que até assistia desenhos animados com o filho, Furtado estava acostumado a chegar de viagem e fazer um churrasco com a família de Vera Spada, 56 anos.

— Os dois eram muitos apaixonados um pelo outro, ele era mais na dele, ela mais expansiva — conta a vizinha.

De acordo com o pai de Furtado, o filho amava a profissão e sempre estava empolgado com uma nova viagem.

— Ele era o melhor filho que alguém podia ter — desabafou Paulo Furtado.

Prestes a realizar o sonho de abrir um salão de beleza junto da cunhada Cristiane que é manicure, Saionara fazia curso de cabelereira. Preocupada com sua beleza, a pelotense sempre andava bem vestida e arrumada, lembra a vizinha Vera Spada.

— Ela vai fazer muita falta. Nós gostávamos de sentar embaixo da parreira da minha casa e conversar. A Saionara era uma mãezona, sempre alto-astral — conta.

O casal está sendo velado na Paróquia Santa Teresinha e o sepultamento está marcado para as 17hs no Cemitério São Lucas.