MERKEL ATRIBUI DERROTA ELEITORAL Á CRISE NUCLEAR NO JAPÃO

PAULO MELO CORUJA NEWS

Merkel atribui derrota eleitoral à crise nuclear no Japão

Foto: Odd Andersen/ AFP  Cerca de 250 mil pessoas compareceram às manifestações Cerca de 250 mil pessoas compareceram às manifestações

Da AFP

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A chanceler alemã, Angela Merkel, atribuiu a derrota "dolorosa" de seu partido nas eleições de domingo em estados importantes do país à crise nuclear no Japão, mas disse nesta segunda-feira não ter planos de reformar seu enfraquecido governo.
Após um encontro com os colegas conservadores, a chanceler afirmou que a derrota de domingo no estado de Baden-Wuerttemberg para os Verdes depois de 58 anos no poder significou que seu partido não poderá retornar à política como se nada tivesse acontecido.

"Esse é um momento divisor de águas para o Estado e também para a história da Democracia Cristã. Teremos de trabalhar essa derrota dolorosa com nossos amigos em Baden-Wuerttemberg por algum tempo", disse.

Depois de fazer forte campanha sobre a questão nuclear, os Verdes dobraram seus votos em Baden-Wuerttemberg e esperam comandar pela primeira vez um estado alemão, em uma coalizão com os social-democratas.

Cerca de 45% dos eleitores em Baden-Wuerttemberg citaram a questão nuclear como chave por conta da situação emergencial no Japão.

Merkel, 56 anos, afirmou ser uma defensora da energia nuclear, mas que os problemas ocorridos após o tsunami na usina de Fukushima a fizeram reconsiderar sua posição.

Citando a situação no Japão como uma "virada", Merkel suspendeu por três meses o plano de ampliação do uso de reatores nucleares na Alemanha, sendo que quatro deles estão localizados em Baden-Wuerttemberg.

A energia nuclear é impopular na Alemanha, mas as eleições indicaram que os eleitores viram o zigue-zague de Merkel como eleitoreiro, o que levou muitos votos aos verdes.

Adicionando-se às pressões, milhares de alemães foram às ruas no sábado nas quatro maiores cidades do país para protestar contra a política nuclear do governo. Organizadores estimaram que 250.000 pessoas participaram das manifestações.