ANIVERSARIANDO HOJE ALUNA HOMENAGEIA IRMÃO MORTO NO MASSACRE NO RJ

PAULO MELO CORUJA NEWS

 Aniversariando hoje, aluna homenageia irmão morto em ataque


Amigos de Igor Moraes da Silva, um dos jovens assassinados em Realengo, na missa antes do funeral, ocorrido nesta sexta-feira. Foto: Ricardo Moraes/Reuters Parentes de vítimas choram a tragédia em Realengo
Foto: Ricardo Moraes/Reuters


Laryssa Borges
Direto do Rio de Janeiro
A menina Ana Beatriz da Silva, irmã de Rafael Pereira da Silva, uma das 12 vítimas do atirador da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, abriu mão das comemorações de seu 12º aniversário, celebrado neste sábado, para homenagear o irmão diante do colégio na zona oeste do Rio. Amparada pela prima, Geórgia Fernanda, ex-estudante da escola, ela resumiu o sentimento do dia que deveria ser de comemoração: "é o pior aniversário da minha vida."


"Sonhei a noite inteira com o tiroteio, sonhei que eu também recebia tiro. Acordei gritando", relatou a menina que, ao tentar fugir do massacre na quinta-feira, encontrou o corpo do próprio irmão nos corredores. "Eu vi muitas crianças sangrando e vi o Rafael no chão", recordou.
Atentado
Um homem matou 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Numa carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão a Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.