IRMÃ DO ATIRADOR DE REALENGO NO RJ DEIXA CASA DA FAMILIA

PAULO MELO CORUJA NEWS

Irmã de Wellington deixa casa da família em Realengo

Imóvel onde ela morava com a família foi depredado; já a casa onde Wellington morava em Sepetiba permanece intacta

Flávia Salme, iG Rio de Janeiro

Fachada da casa de irmã de Wellington amanheceu pichada
Foto: Hélio Motta
Fachada da casa de irmã de Wellington amanheceu pichada

Na rua onde Wellington Menezes de Oliveira cresceu em Realengo o clima entre os vizinhos é de apreensão. Segundo relatam, entre 04h e 05h da madrugada deste sábado (9), vândalos arrebentaram o portão da casa da família e picharam "assassino" e "covarde" no muro de concreto. A irmã de Wellington, que mora no lugar com o filho e o marido, não aparece no imóvel desde quinta-feira, com medo represálias, dizem os vizinhos. Com portas e janelas fechadas, muitos se recusam a aparecer no portão.
"A irmã dele não tinha nada a ver com isso. Foi uma covardia", disse uma vizinha pelo muro de casa. "Estou com medo. Se voltarem a fazer maldades, quem garante que estaremos protegidos?", indaga a mulher, que não quis se identificar. Apresentando-se como amiga da família há mais de 40 anos, ela reforça o coro dos que dizem que não poderiam imaginar que Wellington seria capaz de cometer o crime. "Ele sempre foi um menino muito quieto".


Segundo a moradora, Dilcéia, mãe adotiva de Wellington, decidiu adotá-lo depois de saber que ele seria sobrinho de seu primeiro marido. "Ela era de uma dedicação total a ele".
Outros moradores da Rua Jequitinhonha relataram que quando criança Wellington chegou a jogar bola no campo de futebel em frente à casa da família. "Mas quando cresceu ficou um jovem muito esquisito. Andava 'quicando', sempre usava calças que o deixavam com as canelas de fora", contou o dono de um bar onde Wellington costumava comprar refrigerantes.
A casa da irmã de Wellington fica próxima à escola Tasso da Silveira, onde ocorreu o massacre. Neste sábado (9), várias pessoas  homenagearam as vítimas em frente à unidade de ensino realizando uma oração.
A casa de Sepetiba, onde Wellington passou os últimos oito meses, permanece intacta e é escoltada por quatro PMs e dois carros. Os vizinhos se dizem em "estado de choque". "A casa era do pai adotivo dele, seu Guido, que trabalhava como serralheiro. O pai dele era uma pessoa muito querida", conta Nadir Alves, proprietária de duas lojas vizinhas ao imóvel.
O dono de uma mercearia viziha conta que Guido morreu há cerca de cinco anos e que o imóvel permeneceu fechado até a chegada de Wellington. "Era uma pessoa estranha. Tinha uma barba grande, que chamava a atenção, e sempre usava blusa de manga comprida, mesmo no calor", relata Marcus Casado.
O vizinho de fundos, que se mudou para o lugar há cerca de seis meses, Antônio José Nepomuceno, relata que Wellington era quieto e que não via movimento de pessoas na casa. "Foi um susto quando soubemos que o assassino morava aqui. Na frente da casa dele há duas escolas públicas onde estudam cerca de 2 mil alunos. A gente nunca imagina que o perigo mora ao lado?", comentou, perplexo.
Na pressão do Bigode, onde Wellington comprava quietinhas diariamente, o clima de espanto permanecia. "Nunca poderíamos desconfiar. Ela era tranquilo, pagava tudo direitinho. Um horror essa história. Estamos solidários às famílias das vítimas", disse Suely, responsável pelo preparo das refeições.