DÓLAR TEM DESCALORIZAÇÃO PELO 4º DIA SEGUIDO, COM MENOR VALOR DESDE 2008

PAULO MELO CORUJA NEWS

Dólar tem desvalorização pelo 4º dia seguido, com menor valor desde 2008

Moeda teve perda de 0,63% nesta quinta-feira.
Divisa fechou a R$ 1,562 na venda e R$ 1,560 na compra.

Do G1, em São Paulo, com informações da Reuters
O dólar comercial registrou nova queda nesta quinta-feira (30) e volta a preços não registrados desde o fim de abril. A moeda norte-americana recuou 0,63%, a R$ 1,562 na venda. Essa foi a quarta queda seguida. Com isso, a moeda norte-americana tem o menor valor desde o dia 1º de agosto de 2008, quando fechou em R$ 1,561, segundo dados do Banco Central.

Na quarta, a moeda recuou 0,38%, a R$ 1,570, na compra, e R$ 1,572, na venda. O menor valor desde 27 de abril.
Na terça-feira, o dólar comercial teve queda de 1,12%, e fechou a R$ 1,578, na venda. Na segunda-feira, a moeda caiu 0,49%, a R$ 1,596.
Em junho, o dólar acumulou baixa de 1,14%. No ano, a queda é de 6,24%.

Contratos futuros e derivativos em vencimento
A queda do dólar foi influenciada também pela rolagem de contratos futuros e derivativos em vencimento. Nos próximos seis meses, no entanto, alguns fatores no mercado internacional devem tornar mais difícil a valorização do real.
Para Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citigroup no Brasil, o fim do programa de estímulo financeiro dos Estados Unidos e a perspectiva de uma queda das commodities tira combustível da queda do dólar. "Nossa projeção para o final do ano é de 1,60 (real)", disse.
Kfoury também não espera que a intervenção do governo no mercado de câmbio volte a ser intensa como no primeiro trimestre de 2011, quando o Banco Central lançou mão de compras à vista, a termo e no mercado futuro, além de medidas fiscais do Ministério da Fazenda, para brecar a queda do dólar.
"O fluxo diminuiu muito", argumentou. A entrada líquida de dólares no primeiro trimestre somou US$ 35,6 bilhões, enquanto no segundo trimestre caminhava para ficar em torno de 5 bilhões de dólares, segundo o BC.
Ainda assim, o BC já reforçou as compras no mercado à vista, com dois leilões por dia desde quarta-feira, contra apenas um nas semanas anteriores.
O segundo semestre também marca a adoção de um novo cálculo para a Ptax, taxa de referência do mercado de câmbio e usada na liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
A perspectiva é de que a nova taxa deva diminuir o volume do mercado de "casado" (operações combinados entre o mercado à vista e o futuro), com efeito também sobre o mercado à vista. O giro deve encolher e ficar mais compatível com o fluxo real de dólares ao país, avaliam profissionais de mercado.