PAULO MELO CORUJA NEWS
O ato em memória de Kim Jong-il pôs fim nesta quinta-feira à era do "Querido Líder" e abriu a de seu filho e sucessor Kim Jong-un,
proclamado "líder supremo" diante de milhares de presentes na imensa
Praça Kim Il-sung de Pyongyang durante uma grande concentração militar
em homenagem ao dirigente morto no dia 17.
Atento e com gesto hierático, o herdeiro do ditador esteve durante toda celebração acompanhando por altas autoridades políticas e militares do regime e ao lado do presidente da Assembleia Popular Suprema, Kim Yong-nam, que exerce a função cerimonial de chefe de Estado.
"Kim Jong-un é o líder supremo de nosso partido, do Exército e do povo por personificar as ideias e liderança, a personalidade, as virtudes, a coragem e o valor de Kim Jong-il", disse Kim Yong-nam em um discurso pronunciado para dezenas de milhares de soldados. Muitos civis também compareceram ao local, segundo imagens exibidas pela televisão estatal.
Vários comandantes militares estavam presentes no palanque,
incluindo o chefe do Estado-Maior, Ri Yong-ho, e o ministro das Forças
Armadas, Kim Yong-chun. A TV estatal KCNA mostrou repetidamente imagens
de Kim Jong-un durante o ato, o que levantou a expectativa por alguns
momentos de que o novo líder, que tem menos de 30 anos, poderia
pronunciar um discurso na cerimônia lançando luz sobre seus planos para
governar um país isolado, imprevisível e com capacidade nuclear.
No entanto, ele se manteve em silêncio da mesma forma que seu pai durante a celebração fúnebre de 20 de julho de 1994, em homenagem ao fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung. Nessa ocasião, também foi Kim Yong-nam, então vice-primeiro-ministro do regime, que convocou o público presente na mesma praça a seguir incondicionalmente Kim Jong-il. "Construiremos uma próspera nação socialista, mantendo em alta estima Kim Jong-un como novo general e líder supremo", disse nesta quinta-feira o octogenário, atualmente número dois do regime.
Seu discurso deu indícios de que o governo de Kim Jong-un poderia seguir a doutrina "songun" ("primeiro o Exército") implementado por seu pai nos anos 90 para manter o regime, fragilizado após o fim do bloco comunista no leste da Europa e a desintegração da União Soviética. Em relação a isso, Kim Yong-nam assegurou que, "sob a liderança de Kim Jong-un", a Coreia do Norte avançará "de forma mais dinâmica" no caminho do "songun".
As Forças Armadas norte-coreanas, que somam mais de 1,1 milhão de soldados em uma população total de 24 milhões e dominam ao redor de um quarto do Produto Interno Bruto do país, são o principal fiador do poder do regime de corte stalinista governado pela dinastia Kim. Os militares têm vantagens sobre os civis em termos de alimentos, energia elétrica e material, em um país que enfrenta escassez de produtos de primeira necessidade.
Na cerimônia desta quinta-feira, a hermética nação despediu-se
de Kim Jong-il com a mesma grandiloquência da homenagem feita pela
morte de seu fundador, Kim Il-sung. Milhares de soldados e civis
norte-coreanos se reuniram com ordem militar na Praça Kim Il-sung, de 75
mil metros quadrados, enquanto as autoridades ocuparam o alto do balcão
da Casa de Estudo do Povo, em ato que se prolongou por algo mais de 1h,
a partir das 11h (1h de Brasília).
A cerimônia terminou ao meio-dia com a interpretação da "Internacional" por uma orquestra militar e por uma salva de 20 disparos de canhão. Pontuados pelas sirenes de barcos e locomotivas do país, três minutos de silêncio foram respeitados em seguida na Coreia do Norte em memória do ditador.
A solenidade encerrou o luto nacional de 13 dias por Kim jong-il, que governou o país por 17 anos e morreu de ataque cardíaco, segundo a versão oficial. Na quarta-feira foi organizado um cortejo fúnebre diante de milhares de pessoas na capital do país.
Desse modo, a Coreia do Norte fechou nesta quinta-feira a etapa de Kim Jong-il, que entrará para a história por incluir seu país na lista de Estados com armamento nuclear e pela sua incapacidade de superar uma crise econômica que se arrasta desde os anos 90 e obriga a população a depender da ajuda externa para alimentar-se.
Coreia do Norte proclama Kim Jong-un como novo líder
Último dia de eventos em memória de Kim Jong-il, morto no dia 17, põe fim à era do 'Querido Líder' e abre espaço para sucessor
Foto: AP
Reprodução de vídeo da KRT mostra o novo líder
da Coreia do Norte, Kim Jong-un, durante último dia do funeral de seu
pai, Kim Jong-il, em Pyongyang
Atento e com gesto hierático, o herdeiro do ditador esteve durante toda celebração acompanhando por altas autoridades políticas e militares do regime e ao lado do presidente da Assembleia Popular Suprema, Kim Yong-nam, que exerce a função cerimonial de chefe de Estado.
"Kim Jong-un é o líder supremo de nosso partido, do Exército e do povo por personificar as ideias e liderança, a personalidade, as virtudes, a coragem e o valor de Kim Jong-il", disse Kim Yong-nam em um discurso pronunciado para dezenas de milhares de soldados. Muitos civis também compareceram ao local, segundo imagens exibidas pela televisão estatal.
No entanto, ele se manteve em silêncio da mesma forma que seu pai durante a celebração fúnebre de 20 de julho de 1994, em homenagem ao fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung. Nessa ocasião, também foi Kim Yong-nam, então vice-primeiro-ministro do regime, que convocou o público presente na mesma praça a seguir incondicionalmente Kim Jong-il. "Construiremos uma próspera nação socialista, mantendo em alta estima Kim Jong-un como novo general e líder supremo", disse nesta quinta-feira o octogenário, atualmente número dois do regime.
Seu discurso deu indícios de que o governo de Kim Jong-un poderia seguir a doutrina "songun" ("primeiro o Exército") implementado por seu pai nos anos 90 para manter o regime, fragilizado após o fim do bloco comunista no leste da Europa e a desintegração da União Soviética. Em relação a isso, Kim Yong-nam assegurou que, "sob a liderança de Kim Jong-un", a Coreia do Norte avançará "de forma mais dinâmica" no caminho do "songun".
As Forças Armadas norte-coreanas, que somam mais de 1,1 milhão de soldados em uma população total de 24 milhões e dominam ao redor de um quarto do Produto Interno Bruto do país, são o principal fiador do poder do regime de corte stalinista governado pela dinastia Kim. Os militares têm vantagens sobre os civis em termos de alimentos, energia elétrica e material, em um país que enfrenta escassez de produtos de primeira necessidade.
Foto: AP
Pessoas respeitam um minuto de silêncio
durante memorial em homenagem a Kim Jong-il, líder da Coreia do Norte
morto em 17 de dezembro (29/12)
A cerimônia terminou ao meio-dia com a interpretação da "Internacional" por uma orquestra militar e por uma salva de 20 disparos de canhão. Pontuados pelas sirenes de barcos e locomotivas do país, três minutos de silêncio foram respeitados em seguida na Coreia do Norte em memória do ditador.
A solenidade encerrou o luto nacional de 13 dias por Kim jong-il, que governou o país por 17 anos e morreu de ataque cardíaco, segundo a versão oficial. Na quarta-feira foi organizado um cortejo fúnebre diante de milhares de pessoas na capital do país.
Desse modo, a Coreia do Norte fechou nesta quinta-feira a etapa de Kim Jong-il, que entrará para a história por incluir seu país na lista de Estados com armamento nuclear e pela sua incapacidade de superar uma crise econômica que se arrasta desde os anos 90 e obriga a população a depender da ajuda externa para alimentar-se.
Milhares
participam de memorial em homenagem a Kim Jong-il, líder da Coreia do
Norte morto em 17 de dezembro, na Praça Kim Il-sung, em Pyongyang
(29/12)1/17 Terminado o luto e aberta uma era nova sob a mesma dinastia, serão as
primeiras decisões políticas de Kim Jong-un as que revelarão o caminho
de um regime baseado no desmesurado culto à personalidade dos Kim,
golpeado pela escassez, ancorado no isolamento e legitimado pelas armas e
a propaganda.
*Com EFE e AFP