LINHA DA FOME
VINA DEL MAR, Chile (AFP) - Mais de 181 milhões de latino-americanos viviam em 2008 com menos de 4 dólares por dia e, apesar da redução da pobreza, em seis anos, a crise atual poderá fazer de 8 milhões a 13 milhões de pobres a mais, estimou nesta sexta-feira o Banco Mundial (Bird).
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Em 2008, a América Latina e o Caribe contavam com 181,3 milhões de pobres, entre eles 73 milhões em situação de extrema pobreza, informa um relatório do Bird, divulgado durante reunião de ministros das Finanças dos países do continente, em Viña del Mar (Chile).
A pobreza na região, que aumentou continuamente durante os anos 1980-1990, conheceu, a partir de 2002, uma redução histórica, vendo 60 milhões de pessoas saírem da pobreza, entre elas 41 milhões deixando a extrema pobreza.
O Bird considerou, para seu relatório, o umbral da pobreza para os que recebem 4 dólares por dia e, da extrema pobreza, 2 dólares por dia, critérios ajustados à situação da América Latina.
Com 15 países da região prevendo crescimento negativo para 2009, a crise atual e o encolhimento das economias latino-americanas poderiam mergulhar entre 8 e 13 milhões de pessoas a mais na pobreza, seguindo cenários mais ou menos pessimistas.
O México e o Brasil, as duas principais economias da região, concentrarão, respectivamente, a metade e a quinta parte, aproximadamente, desses "novos pobres", com o restante distribuído, sobretudo, entre Argentina, Colômbia, Equador e Venezuela.
Historicamente, serão necessários três anos aos países para se refazerem da crise, ainda que menos agudas e levar a pobreza ao nível anterior ao choque, destaca o Bird.