MOTORISTA DE CADU, PODE SER INDICIADO COMO COAUTOR DO CRIME DO CHARGISTA..

PAULO MELO CORUJA NEWS............

Jovem que levou Cadu pode ser considerado coautor da morte de Glauco

Publicidade

ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo

A Polícia Civil de São Paulo disse nesta quarta-feira que a situação do estudante Felipe de Oliveira Iasi se complicou diante das novas provas encontradas a partir do GPS do carro e dos dados telefônicos recebido por determinação da Justiça. Ele pode ser considerado coautor do homicídio contra o cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e o filho Raoni, 25, em vez de ter apenas participado do crime. Iasi foi o motorista que levou Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, o Cadu, até o Osasco, onde as vítimas moravam.
Acusado descreve momento do crime
Pai diz que Cadu tinha problemas psicológicos
Delegado afirma que Cadu percebeu ter acabado com a própria vida
Zanone Fraissat-22.mar.10/Folha Imagem
Felipe Iasi presta depoimento no 5º DP de Osasco, que investiga a 
morte de Glauco
Felipe Iasi presta depoimento no 5º DP de Osasco, que investiga a morte de Glauco
O estudante, que foi indiciado pela polícia, alega ter levado o principal suspeito dos assassinatos porque foi feito refém pelo colega Cadu, que confirma sua versão.
De acordo com o delegado Archimedes Cassão Veras Junior, o GPS do veículo utilizado pelo estudante na noite do crime revela que ele deixou a chácara de Glauco às 0h22 de sexta-feira (12). Nesse horário, diz Veras Junior, pai e filho já estavam mortos. Sete minutos depois de deixar o local, Iasi parou o veículo, desligou o motor, e permaneceu parado por 45 segundos. Isso aconteceu, segundo a polícia, exatamente à 0h29 de sexta.
Em seu depoimento, segundo a polícia, o estudante disse ter saído da cena do crime e não ter parado em nenhum lugar, até por receio de estar sendo perseguido. Disse ter chegado em casa exatamente às 0h33. O equipamento instalado no carro disse que ele chegou à 1h06.
O delegado disse que essa série de contradições pode levar Iasi a enfrentar um júri popular com Cadu.
O advogado Cássio Paoletti, defensor do estudante, disse que espera ter acesso às informações divulgadas pelo delegado para poder comentá-las. Disse que, inicialmente, acredita na versão do seu cliente.
Ligações
Além dos dados do carro de Iasi, a Polícia Civil informou que Cadu ligou 12 vezes para a Polícia Militar --seu advogado diz que o objetivo era se entregar. Ele acabou preso quando tentava atravessar a fronteira com o Paraguai.
A PM confirmava duas ligações recebidas logo após o crime, nos primeiros minutos de sexta-feira, mas dizia que o suspeito não falava com clareza e, por isso, pediu para que se apresentasse a um distrito policial.
Hoje, porém, o delegado, disse que a lista de ligações feitas por Cadu revela que ele ligou três vezes para o telefone de emergência 190 logo após o crime, e nove vezes na tarde de sábado. Neste dia ele também ligou para a viúva de Glauco, Beatriz Galvão.
Agora, segundo o delegado, a polícia aguarda o teor das gravações feitas pela PM para saber o que ele disse. O delegado disse que ele poderia ter sido preso antes se o procedimento da PM tivesse sido diferente. Veras Junior nega que a Polícia Civil falhou ao não ter prendido o suspeito, já que o celular dele estava ligado. O policial disse que ele não tinha as informações que tem agora.
A polícia disse que em 13 de março recebeu cinco ligações, entre 18h28 e 19h05. Em três ligações, o solicitante narrava coisas desconexas e sem sentido, e não forneceu sua localização. Nas outras duas ligações, o solicitante nada falou, desligando o telefone em seguida.