PT CONFIRMA CANDIDATURA PRÓPRIA....

PAULO MELO CORUJA NEWS............

Fim do namoro

PT do PR confirma candidatura própria e descarta aliança

Executiva reafirma não abrir mão de Gleisi para o Senado; Osmar Dias (PDT) deve se reunir com Lula esta semana
  Ivan Santos

A Executiva Estadual do PT confirmou ontem a decisão de lançar candidato próprio ao governo do Estado, diante do fracasso das negociações com o PDT do senador Osmar Dias. A cúpula petista reafirmou que não abre mão da candidatura de Gleisi Hoffmann ao Senado para ser vice de Osmar, como quer o PDT. O senador, porém, deve conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, em uma nova tentativa de resolver o impasse. Além disso, o ministro do Planejamento e marido de Gleisi, Paulo Bernardo, afirmou ontem ainda não descartar totalmente a possibilidade de uma aliança, desde que o PDT concorde com a candidatura da petista ao Senado.

“A Executiva decidiu por consenso pela candidatura própria ao governo e reafirmou de maneira indiscutível a candidatura da Gleisi ao Senado”, explicou o presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri. O partido marcou ainda para o próximo dia 24, uma reunião do Diretório Estadual para referendar a decisão. Um dia antes, a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef, deve vir a Curitiba.

A aliança com o PDT de Osmar Dias vinha sendo negociada pelo PT justamente como forma de garantir um palanque forte para Dilma no Paraná, já que os próprios petistas admitiam não ter um candidato competitivo ao governo. As negociações, porém, emperraram diante da insistência do PDT de ter Gleisi como candidata a vice e não ao Senado. Osmar alega que essa condição foi colocada desde o início para Lula. E que com Gleisi na vice, abriria-se a possibilidade de atrair outros partidos da base de Lula para o palanque dele e de Dilma – como o PP e o PMDB - já que sobrariam duas vagas de candidato ao Senado na chapa.

Sacrifício - A cúpula petista alega que não há como negociar nessas condições, e descarta um recuona candidatura de Gleisi ao Senado, mesmo em prejuízo do palanque de Dilma. “Não dá para avançar mais na aliança com o Osmar. Fizemos todos os movimentos por uma candidatura única. Cumprimos nosso papel”, disse Verri.

O dirigente rebateu as acusações de que o comando local do PT estaria disposto a sacrificar o partido em função de um projeto pessoal de Gleisi e Paulo Bernardo, já que o partido não tem candidato competitivo ao governo, o que pode deixar Dilma isolada no Estado e prejudicar a eleição de deputados federais e estaduais da legenda. “Isso não é real. A Gleisi não é candidata de si mesma. Temos um projeto de fortalecimento futuro. Não é ela que pede. É uma construção política”, garantiu.
Verri afirmou ainda que o presidente Lula foi informado do impasse no Paraná. Osmar tem dito que pretende negociar diretamente com o presidente. O presidente nacional licenciado do PDT, ministro do Trabalho Carlos Lupi, deve vir ao Paraná esta semana. Ele teria pedido ao presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra,e ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, um tempo para tentar superar o impasse nas negociações no Paraná.

Queda de braço — A avaliação nos bastidores é de que o PT paranaense e o grupo de Osmar estariam “medindo forças” em uma queda de braço para defender seus interesses na formação da aliança. E que os petistas locais estariam blefando ao anunciar a candidatura própria ao governo, já que os dois nomes colocados – do ex-prefeito de Londrina, Nedson Micheletti, e da ex-secretária do Ensino Superior, Lygia Pupatto – não têm qualquer chance na disputa, e não sustentariam um palanque competitivo para Dilma no Estado. Além disso, na hipótese – descartada por Osmar – dele desistir de disputar o governo para concorrer à reeleição para o Senado, as chances da própria Gleisi seriam reduzidas, já que ele e o ex-governador Roberto Requião (PMDB) seriam favoritos.

“Se o PT decidiu que vai ter candidato próprio e vai lançar a Gleisi para o Senado, não tem mais o que conversar”, reagiu o presidente em exercício do PDT estadual, deputado Augustinho Zucchi. “Estamos livres para fazer o nosso caminho”, disse.