STÉDILE AVISA COM SERRA TENSÃO MAIOR NO CAMPO

PAULO MELO CORUJA NEWS

Stédile: Com Serra, ‘Haverá tensão maior no campo’

  Sérgio Lima/FolhaFundador e ideólogo do MST, João Pedro Stédile condiciona o futuro próximo do MST ao resultado da sucessão presidencial.

Ele falou à repórter Natuza Nery. Na entrevista, previu que, sob Dilma Rousseff, haverá um aumento do número de invasões de terras.

Se o vitorioso for José Serra, “o pior dos mundos”, acha que a violência no campo vai recrudescer.

Ao esmiuçar seu raciocínio, Stédile comparou Serra a um patrão opressor. E Dilma a uma companheira dos sem terra.

"Um operário, diante de um patrão reacionário, não se mobiliza”, disse o mandachuva do MST.

“Com Dilma, nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar, que poderemos avançar, fazendo mais ocupações e mais greves".

Acrescentou: "Se o Serra ganhar, será a hegemonia total do agronegócio. Será o pior dos mundos...”

“...Haverá mais repressão e, por isso, tensão maior no campo...A vitória dele é a derrota dos movimentos sociais".

Stédile faz ressalvas à gestão petista: "Lula não fez reforma agrária, mas uma política de assentamento. Metade dos números do governo é propaganda".

A despeito disso, o MST prefere apoiar Dilma a associar-se a candidaturas como a de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), mais comprometido com a causa agrária.

Ao explicar a opção, Stédile recorre a uma metáfora futebolística:

"É como se você percebesse que seu time pode cair pra segunda divisão e faz o que for possível para vencer o campeonato".

Para o MST, a permanência na “primeira divisão” é vital. O grosso do sustento do movimento é extraído das arcas da Viúva.

No gogó, Dilma diz ser contra a invasão de terras. Mas não parece disposta a interromper o duto que liga o MST ao Tesouro.

Serra tende a mimetizar FHC que, na metade do segundo mandato, tratou o MST a pão e água.


Dilma e o programa: ‘Não assinei, rubriquei páginas’

Em entrevista radiofônica concedida nesta sexta (9), Dilma Rousseff foi inquirida, de novo, sobre a novela do programa de governo.

Para recordar: no primeiro capítulo, o PT levou ao palco do TSE uma versão azeda.

No segundo episódio, rodado sete horas depois, trouxe aos holofotes outro texto, água-com-açúcar.

Ouça-se agora a Dilma desta sexta: "Não assinei documento nenhum porque não tem documento nenhum a ser assinado. Eu rubriquei páginas...”

“...Eu não olhei porque achei que era aquele programa, não achei que iam colocar outro programa. Tinha que colocar o que nós tínhamos acertado em junho”.

A rubrica, como se sabe, é a assinatura abreviada. Fica entendido que, no dicionário de Dilma, o vocábulo abreviação é sinônimo de ‘vôo cego’.


Como na Guerra Fria, EUA e Rússia ‘trocam’ espiões

Aqui, mais detalhes sobre a troca de espiões, realizada em Viena, besta sexta (9).

Aliado de Serra, PPS acha o Bolsa Família ‘eleitoreiro’

  Bruno Miranda/FolhaRoberto Freire, presidente do PPS, enxerga o Bolsa Família com olhos bem mais críticos que os de José Serra, o presidenciável apoiado por seu partido.

Serra inclui o Bolsa Família no rol dos “bons programas” da gestão Lula. Uma iniciativa que promete “manter e ampliar”.

Para Freire, trata-se de iniciativa de caráter “assistencialista e eleitoreiro”. Só vê utilidade para o programa em “situações emergenciais”.

A posição de Freire, explicitada num lote de mensagens levadas ao micro-blog na madrugada desta sexta (9), chega em momento delicado.

Em reação ao veneno do PT, que insinua que o tucanato planeja enterrar o Bolsa Família, Serra caba de servir uma superdose de antídoto.

Há dois dias, o candidato do PSDB disse que, se eleito, vai dobrar os investimentos no Bolsa Família, um dos mais vistosos pilares da campanha da rival Dilma Rousseff.

Nesta quinta (8), de passagem pelo interior de São Paulo, Dilma atribuiu às palavras de Serra um objetivo meramente eleitoral.

“Não se pode admitir que haja colocações que visivelmente têm sua repercussão e sua origem marcada pela campanha eleitoral", disse ela.