PAULO MELO CORUJA NEWS
Arruda diz que Roriz pagou propina ao
MP para não ser processado na Justiça
RORIZ, O CRIADOR, E ARRUDA, A CRIATURA, NOS TEMPOS DE ALIANÇA.
O ex-governador do Distrito Federal José
Roberto Arruda prestou depoimento a procuradores da República em que fez
revelações graves sobre o relacionamento do Ministério Público do DF
com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Arruda contou que Roriz teria
pago propina para não ser denunciado à Justiça. A revista Época desta
semana informa que teve acesso ao depoimento do ex-governador. Ele conta
que em 2007, Roriz foi flagrado em conversas telefônicas, em que
acertava o recebimento de dinheiro suspeito. As conversas foram
grampeadas com autorização judicial em meio à Operação Aquarela, em que a
Polícia Civil do DF investigou denúncias de fraudes em operações do
Banco de Brasília (BRB), que levaram Roriz a renunciar ao mandato de
senador. Apesar de todas as evidências, o Ministério Público do DF só
ajuizou uma ação por improbidade administrativa contra Roriz em abril
deste ano, três anos depois da renúncia. Uma possível razão para essa
demora pode estar no depoimento de Arruda. Segundo Arruda, em julho do
ano passado, a promotora de justiça Deborah Guerner lhe relatou ter
recebido de Roriz três parcelas no valor de R$ 800 mil cada uma, como
pagamento para o Ministério Público não ajuizar ação contra o
ex-governador. Em depoimento prestado ao Ministério Público Federal,
Durval Barbosa – delator do mensalão do DEM – afirmou ter sido procurado
por Deborah Guerner e por seu marido, Jorge Guerner, para ajudá-los a
receber R$ 800 mil de Joaquim Roriz.
Seria mais uma parcela de um total
de R$ 4 milhões que teria sido acertado para que o Roriz não fosse
processado por causa da Operação Aquarela.