Caso da sogra fantasma volta a “assombrar” Beto Richa
Petição tenta acelerar ação que investiga
denúncia de funcionários da Assembleia vinculados a gabinete de tucano
Luciana Pombo
Richa: sogra de ex-chefe de
gabinete da prefeitura lotada em gabinete de tucano disse que nunca
trabalhou na Assembleia (foto: Franklin de Freitas)
O primeiro caso que veio a público e motivou a ação foi o de Verônica Durau, sogra de Ezequias Moreira Rodrigues, homem de confiança de Beto Richa e que até 2007 ocupava a chefia de gabinete da prefeitura de Curitiba. Verônica foi funcionária de Richa a partir de 1996, quando ele ainda era deputado e continuou recebendo salário até maio de 2007 – quando ele já era prefeito da Capital. Recentemente, Ezequias conseguiu quitar a dívida que teria com os cofres públicos e que somaria R$ 500 mil. Ele alegou que levantou os recursos com a “ajuda de amigos”.
Na época em que o caso veio à tona, uma sindicância feita pela Assembleia apontou que Verônica foi nomeada para cargo comissionado no gabinete do então deputado estadual Beto Richa em 1996. Quando ele deixou a Assembleia para assumir a prefeitura em 2001, ela teria sido demitida. De acordo com a sindicância, ela foi novamente contratada em seguida, com cargo na diretoria administrativa da Casa. Enquanto estava no gabinete, o próprio genro atestava a freqüência. Depois, a conferência era feita pelo diretor-adjunto administrativo, Luiz Molinari, já falecido.
Em sua defesa, Richa alegou que Verônica teria sido demitida quando ele deixou a Assembleia para assumir a prefeitura. E atribuiu o fato dela ter continuado constando como funcionária do seu gabinete quando ele já não era mais deputado a um erro administrativo da própria Assembleia. Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, porém, ela admitiu que nunca tinha trabalhado na Assembleia, e que apenas acompanhava a filha Sandra - mulher de Ezequias - quando ela ia ao posto bancário do Legislativo fazer saque de dinheiro. Disse também que não sabia que seu nome integrava a lista de funcionários.
Inconsequente - Outro caso que está relatado na ação é o de Luiz Abi Antoun, nomeado para o gabinete de Beto Richa no dia 1º de fevereiro de 2001 – época em que Beto já era vice-prefeito da administração de Cássio Taniguchi. Outro agravante é que Antoun não freqüentava a Assembleia e morava em Londrina. “Demoramos para pedir a continuidade do processo porque sumiram com a ação. Cobrei agora judicialmente a continuidade porque não dá para fingirmos que nada aconteceu. Conseguimos levantar vários casos de amigos de Beto Richa na mesma situação dentro de um gabinete que nem existia mais”, disse o advogado Ferreira, que acusa o Ministério Público (MP) de paralisar o processo de forma “rasteira e inconseqüente”.
Genérico - No parecer do Ministério Público fica claro que “pelos elementos de convicção disponíveis, houve uma irregularidade, eis que não poderiam sair publicações de atos da Comissão Executiva da Assembléia Legislativa, como foram os atos n. 60/2001, e 11/2001, nomeando pessoas para ocuparem cargos em comissão junto ao Gabinete do Deputado Beto Richa a partir de 1º se janeiro de 2.001, pois, à época, Beto Richa não era mais deputado, tendo renunciado ao mandato parlamentar estadual para exercer o mandato de Vice Prefeito de Curitiba”. No entanto, o MP diz que uma ação como está não pode ser feita por ação civil pública com afirmações genéricas – o que motivou o trancamento parcial da ação até que fosse feitas diligências.