ZELADOR DE ESCOLA CONFESSA TER MATADO E QUEIMADO CORPOS DE ADOLESCENTES

PAULO MELO CORUJA NEWS
Dirceu Portugal/Gazeta do Povo
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Campo Mourão

Zelador confessa ter matado e queimado corpos de jovens encontrados em fossa de escola

Polícia investiga se as ossadas encontradas na sexta-feira (13) são de estudantes desaparecidas
Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão e Marcus Ayres

A Polícia Civil informou que o zelador Raimundo Gregório da Silva, de 52 anos, confessou ter matado e queimado os corpos de duas jovens em Campo Mourão, na região Centro Oeste do estado. As ossadas foram encontradas na sexta-feira (13) dentro de uma fossa, nos fundos do Colégio Estadual Vinicius de Moraes, instituição onde as vítimas estudavam, no conjunto Cohapar.
O acusado foi preso na noite da última sexta-feira (13), em Sarandi (na Região Metropolitana de Maringá), quando chegava na residência de um dos filhos para pegar uma marmita. O zelador estava escondido em um matagal desde o início da manhã da sexta, quando policiais civis foram até a sua residência, nos fundos da escola Vinícius de Moraes, e encontraram roupas, celular e objetos da adolescente Dimitria Laura Vieira, de 17 anos, que estava desaparecida há dois anos.


Arquivo pessoal
Arquivo pessoal / Dimitria Laura Vieira, de 17 anos,estava desaparecida há dois anos.
Dimitria Laura Vieira, de 17 anos,estava desaparecida há dois anos.



RPC TV Cultura
Ele está preso desde a noite de sexta-feira e disse à polícia que matou também outra jovem que está desaparecida na cidade
Mensagens de celular motivaram retomada das investigações
De acordo com o delegado José Aparecido Jacovós, a polícia retomou a investigação do desaparecimento de Dimetria há seis meses, depois da família informar que recebia mensagens do celular da adolescente. “A família da garota disse que recebia mensagens de texto, informando que ela estava em São Paulo e que um dia voltaria. Mas o que chamou atenção foi que o zelador e caseiro da escola também estava recebendo as mesmas mensagens ”, explicou.
Com a suspeita, os policias foram até a casa do funcionário (que fica junto ao colégio), onde encontraram roupas e o telefone celular da menina.

Silva foi transferido para a delegacia de Campo Mourão e está preso em uma cela separada junto com outros quatro detentos acusados de estupros. Ao ser preso, Silva teria contado com frieza os detalhes de como matou a adolescente Dimitria e a estudante Iara Pacheco de Oliveira, de 21 anos, alunas da escola onde zelador morava. Iara estava desaparecida há sete meses.
Segundo o depoimento do zelador, a adolescente antes de ser morta teria conhecido um rapaz do interior de São Paulo pela internet e pretendia ir morar com ele. Como não tinha dinheiro para viajar, ela teria pedido ao zelador para levá-la até São Paulo. “Ele ficou com ciúmes, combinou de levá-la, mas pediu a ela para passar a noite na casa dele e seguir viagem na manhã seguinte”, contou o superintendente da Polícia Civil, Claudinei Pereira. “Durante a noite, ele serviu coca-cola com tranqüilizantes à adolescente e ao perceber que ela estava dormindo, deu uma marretada na sua cabeça”.
Na manhã seguinte, o zelador teria enrolado o corpo em um lençol e enterrado na horta da escola. “Após um ano ao tomar conhecimento de que a escola passaria por reformas, o zelador desenterrou o cadáver, fez uma fogueira queimou os ossos, jogou as cinzas na horta - utilizada pela cozinha da escola - e os ossos foram jogados na fossa através de um cano de pvc. Como o crânio não passava, ele quebrou com marretadas e jogou os pedaços na mesma fossa”, contou o superintendente.
A segunda vítima
No caso da estudante Iara Pacheco de Oliveira, de 21 anos, desaparecida há sete meses, o zelador contou que antes de ser morta, ela teria pedido dinheiro para comprar crack. “Ele exigiu manter relações sexuais em troca de dinheiro. Após o ato, ele jogou uma moeda no chão e quando ela abaixou para pegar recebeu uma marretada na cabeça. O corpo foi colocado no banheiro e no dia seguinte enterrado na mesma horta onde ele havia enterrado o corpo da adolescente”, relatou Pereira.
Conforme ele, após 45 dias, o zelador desenterrou o cadáver, fez uma fogueira, queimou os ossos, jogou as cinzas na horta usada pela cozinha da escola e restante da ossada jogou na fossa. “Neste caso o crânio também foi quebrado a marretadas para que pudesse passar pelo cano de pvc da fossa”.
Os ossos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Campo Mourão para serem examinados. A polícia aguarda os resultados de DNA das ossadas para confirmar se são da adolescente e da estudante.
Família pede justiça
Revoltada, a mãe da estudante Iara, Maristela Pacheco, de 52 anos, pediu rigor na sentença do zelador. “Espero que ele nunca mais saia da cadeia, a atitude dele é de monstro. Ele sempre ia lá em casa buscar minha filha para sair, mas nunca imaginei que ele faria o que fez”. Segundo ela, um dia após o desaparecimento, o zelador foi até casa da família e deixou uma peça de roupas. “Ele comentou que ela viajou e que esqueceu a roupa na casa dele. Era tudo mentira”.
O zelador teve o mandado de prisão temporária decretado e a polícia já pediu sua prisão preventiva. Se condenado pelos dois crimes pode pegar até 60 anos de reclusão. “Ele será julgado por homicídios triplamente qualificado e ocultação de cadáveres. Acreditamos que tem mais pessoas envolvidas nestes dois crimes”, afirmou Pereira.