ARQUIBANCADA QUE DESABOU TINHAS FALHAS

PAULO MELO CORUJA NEWS

Perícia encontra falhas em arquibancada que desabou no Paraná

Acidente durante competição automobilística deixou 112 feridos. Perícia afirma que estrutura tinha partes tortas e enferrujadas

iG São Paulo

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) de Cascavel realizaram, durante toda esta segunda-feira, inspeção na arquibancada que desabou no domingo em Quatro Pontes, a 590 quilômetros de Curitiba (PR), e concluíram que a estrutura apresentava falhas. O acidente deixou pelo menos 112 pessoas feridas.
O perito Alex Tavares, que com o perito Jorge Wissnann elabora o laudo, conversou com o iG e afirmou que foram encontradas tanto falhas estruturais como de instalação. "Tinham locais oxidados, amarrações feitas com arames, colunas tortas, uma série de irregularidades", afirmou. O laudo deve ficar pronto e ser entregue à polícia em cerca de 15 dias.
Investigação
Cerca de 5 mil pessoas assistiam à 5ª etapa da Prova de Arrancadão - competição de corrida automobilística - quando aconteceu o acidente. A parte da arquibanca que caiu tinha cerca de 500 espectadores. A prova começou no sábado (18) e o ingresso para assistir à competição no final de semana custava R$ 12,50.
A Polícia Civil de Marechal Cândido Rondon começa a ouvir nesta semana os proprietários das empresas Pirâmide e Benitex & Mosconi, responsáveis, segundo a corporação, pela utilização da arquibancada móvel que desabou durante a prova.
Além dessas empresas, a Geane Pletsch, especializada em estruturas metálicas e contratada da prefeitura de Quatro Pontes, também deverá ter seus responsáveis ouvidos no inquérito policial.
A empresa, que ganhou licitação, é a responsável pela manutenção das estruturas para os eventos do município. O prefeito Rudi Kuns também deverá prestar depoimento.
Segundo o delegado de Marechal Cândido Rondon, Ary Nunes Pereira, esse será primeiro passo da investigação. "Vamos primeiro avaliar o material utilizado. Depois vamos relacionar todos os feridos e pedir para que venham à delegacia prestar depoimentos para sabermos detalhes sobre o que ocorreu. Por fim, os organizadores serão chamados a depor", disse.
Na opinião dele, um dos principais motivos para a queda, independentemente da perícia, foi a falta do laudo técnico dos Bombeiros. "Como não havia laudo, não poderiam prever a capacidade que a arquibancada suportaria", afirmou.
O capitão Rogério Araújo, do Corpo de Bombeiros de Toledo, disse que ninguém sabia da prova. "Não nos foi solicitado laudo técnico, não nos comunicaram nada", afirmou ele, lembrando que a lei exige um laudo antes de eventos desse porte.
Apesar da gravidade do acidente, não houve morte, mas pelo menos 22 pessoas tiveram lesões graves e duas permanecem internadas em hospitais de Toledo, entre elas uma mulher grávida.
*Com informações da Agência Estado