Perícia encontra falhas em arquibancada que desabou no Paraná
Acidente durante competição automobilística deixou 112 feridos. Perícia afirma que estrutura tinha partes tortas e enferrujadas
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) de Cascavel realizaram, durante toda esta segunda-feira, inspeção na arquibancada que desabou no domingo em Quatro Pontes, a 590 quilômetros de Curitiba (PR), e concluíram que a estrutura apresentava falhas. O acidente deixou pelo menos 112 pessoas feridas.
O perito Alex Tavares, que com o perito Jorge Wissnann elabora o laudo, conversou com o iG e afirmou que foram encontradas tanto falhas estruturais como de instalação. "Tinham locais oxidados, amarrações feitas com arames, colunas tortas, uma série de irregularidades", afirmou. O laudo deve ficar pronto e ser entregue à polícia em cerca de 15 dias.
Investigação
Cerca de 5 mil pessoas assistiam à 5ª etapa da Prova de Arrancadão - competição de corrida automobilística - quando aconteceu o acidente. A parte da arquibanca que caiu tinha cerca de 500 espectadores. A prova começou no sábado (18) e o ingresso para assistir à competição no final de semana custava R$ 12,50.
A Polícia Civil de Marechal Cândido Rondon começa a ouvir nesta semana os proprietários das empresas Pirâmide e Benitex & Mosconi, responsáveis, segundo a corporação, pela utilização da arquibancada móvel que desabou durante a prova.
Além dessas empresas, a Geane Pletsch, especializada em estruturas metálicas e contratada da prefeitura de Quatro Pontes, também deverá ter seus responsáveis ouvidos no inquérito policial.
A empresa, que ganhou licitação, é a responsável pela manutenção das estruturas para os eventos do município. O prefeito Rudi Kuns também deverá prestar depoimento.
Segundo o delegado de Marechal Cândido Rondon, Ary Nunes Pereira, esse será primeiro passo da investigação. "Vamos primeiro avaliar o material utilizado. Depois vamos relacionar todos os feridos e pedir para que venham à delegacia prestar depoimentos para sabermos detalhes sobre o que ocorreu. Por fim, os organizadores serão chamados a depor", disse.
Na opinião dele, um dos principais motivos para a queda, independentemente da perícia, foi a falta do laudo técnico dos Bombeiros. "Como não havia laudo, não poderiam prever a capacidade que a arquibancada suportaria", afirmou.
O capitão Rogério Araújo, do Corpo de Bombeiros de Toledo, disse que ninguém sabia da prova. "Não nos foi solicitado laudo técnico, não nos comunicaram nada", afirmou ele, lembrando que a lei exige um laudo antes de eventos desse porte.
Apesar da gravidade do acidente, não houve morte, mas pelo menos 22 pessoas tiveram lesões graves e duas permanecem internadas em hospitais de Toledo, entre elas uma mulher grávida.
*Com informações da Agência Estado