DOURADOS AGORA
Entrega de casas era feita com apadrinhamento
Pessoas que recebiam casas populares por meio de projetos em parceria com a Prefeitura de Dourados eram beneficiadas com o suposto esquema de “apadrinhamento”. Conforme o relatório da Polícia Federal (PF), conversa gravada mostra o vereador Paulo Henrique Bambu pedindo para o ex-secretário de governo, Eleandro Passaia, “algumas casas para entregar para pessoas por ele indicadas”. Taxativo disse ainda que, “deve receber mais casas populares para distribuir que os demais vereadores”.
Toda essa conversa foi feita e registrada em 29 de junho, na Câmara Municipal, e teve ainda a participação do vereador Humberto Teixeira Júnior. O documento da PF revela ainda que Bambu chegou a questionar Passaia sobre a entrega de casas populares, afirmando que, “o prefeito Ari Artuzi, está realizando as entregas após o expediente, ou seja, escondido dos vereadores”.
Essa revelação dá entender que as moradias populares em Dourados eram oferecidas a pessoas através de um esquema que envolvia diretamente o prefeito e boa parte dos vereadores.
CASO TERRENO
Um diálogo também gravado, conforme relatório da PF, mostra a negociação, ordenada por Ari Artuzi, a fim de arrecadar do proprietário de um terreno no bairro Jardim Novo Horizonte, em Dourados, onde seria realizado projeto de construção de casas populares, a quantia de R$ 80 mil, sob pena de desapropriação.
Segue o relatório que, em 5 de julho, “houve nova conversa entre Eleandro Passaia e Marcelo [pessoa não identificada], onde combinam o pagamento dos R$ 80 mil. Valor que será repassado integralmente ao prefeito em três parcelas. A primeira e a segunda seriam de R$ 30 mil e última de R$ 20 mil”. Já em 7 de julho, conforme o relatório, Passaia e Marcelo “dialogam sobre o pagamento para o prefeito Ari Artuzi de R$ 10 mil referentes à venda - retorno -. Acertam as formas/esquemas para os próximos pagamentos”. Já no dia 8 de julho eles voltaram a conversar sobre o pagamento retorno de R$ 20 mil.