POVOS DA TERRA PROMOVEM PASSEATA COM LAVAGEM DA CALÇADA DA ASSEMBLÉIA

PAULO MELO CORUJA NEWSProtesto

Povos da Terra promovem passeata e lavam calçada da Assembleia

Eles estavam acampados na Praça Nossa Senhora de Salete desde a quarta-feira, exigindo direitos não-concedidos
 
  Da Redação

Passeata dos Povos da Terra lembrou que a Pátria é de todos: visibilidade e luta pelos direitos (foto: Franklin de Freitas)
Uma passeata cortou as ruas do Centro Cívico na manhã e começo da tarde de ontem. Ainda de tarde, eles fizeram uma manifestação, lavando as calçadas da Assembleia Legislativa. A caminhada foi feita pelos participantes do 1º Acampamento de Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná, que acamparam na tarde da quarta-feira na Praça Nossa Senhora de Salete. O encontro reúne cerca de 500 representantes das comunidades Indígenas (Kaigang, Guarani e Xetá), Quilombolas, Comunidades de Terreiro (Umbanda e Candomblé), Faxinalenses, Ilhéus do Rio Paraná, Pescadores e Pescadoras artesanais, Cipozeiros e Cipozeiras e benzedores e benzedeiras.
A vinda para Curitiba foi para organizar uma Assembléia Geral entre os participantes para colher propostas e apresentar reivindicações aos candidatos ao governo do Estado. De manhã, eles apresentaram um balanço sobre os avanços das políticas públicas para o segmento. Logo após, as Comunidades promoveram a Caminhada “Essa Pátria Também é Nossa!”, que seguiu até o Centro de Curitiba.

Segundo os coordenadores do evento, o tema é uma alusão à invisibilidade e desproteção na qual estes povos vivem. “Muitos povos são expulsos das suas terras, sem a garantia dos seus direitos básicos, acarretando na perda das suas identidades culturais e, muitas vezes, em um processo de exclusão e desaparecimento”, declara Hamilton José da Silva, do Faxinal dos Ribeiros e coordenador da Rede Puxirão. Segundo ele, o propósito da manifestação é dar visibilidade a estes povos e pedir a criação de uma Lei Estadual que garanta seus direitos.
As propostas que integrarão a Política Estadual já foram elaboradas por cada um dos 11 segmentos que participam do Acampamento e foram discutidas durante o evento. O líder indígena, Romancil Kretã, coordenador da Arpinsul (Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul), conta que o Acampamento buscou o reconhecimento dos povos e comunidades tradicionais. “Lutamos por uma política pública que reconheça a nossa existência e preserve o modo de vida, a cultura e os conhecimentos tradicionais dos nossos povos e comunidades”, diz Kretã