G1 chega a bairro que ficou isolado pelas chuvas em Teresópolis
Campo Grande foi devastado; dezenas de casas desapareceram.
Para chegar ao local, equipe pegou carona em uma escavadeira hidráulica.
Pedras enormes deixaram dezenas de casas completamente destruídas (Foto: Luciana Bonadio / G1)O G1 chegou nesta terça-feira (18) ao bairro Campo Grande, em Teresópolis, Região Serrana do Rio, que ficou isolado pelas chuvas fortes que atingiram o município na última semana. Na chegada, um cenário desolador: dezenas de casas desapareceram em uma avalanche de pedras. Entre os moradores, histórias de perdas de familiares, sofrimento e alívio por estar vivo. Eles têm a certeza de que há muitos mortos que ainda não foram resgatados na área.Uma semana após a tragédia na Região Serrana, o número de mortos passa de 700
Para chegar a Campo Grande, só caminhando ou a bordo de um veículo que consiga transitar na lama. A reportagem do G1 pegou carona em uma escavadeira hidráulica que subia o morro para trabalhar na retirada dos escombros.
Com a passagem dessas máquinas, os veículos de resgate conseguiram acessar a região. Antes, barreiras impediam o tráfego de qualquer veículo.Voluntários ajudam moradores do bairro isolado
Bairro Campo Grande foi devastado(Foto: Luciana Bonadio / G1)
“Eu estou oferecendo meu trabalho, carregando água. O Campo Grande está devastado”, comentou. Ele serviu de guia também para uma equipe de televisão portuguesa que veio ao Brasil para fazer a cobertura da tragédia na Região Serrana.
Durante todo o caminho, moradores carregavam geladeiras, fogões e outros objetos que salvaram do meio das casas destruídas. O pintor Mir Ribeiro Rodrigues, de 55 anos, pendurou um edredom em um pedaço de madeira para carregar o que sobrou de seus bens. “Estou aproveitando para tirar tudo o que tenho, porque estão saqueando lá”, reclamou. Enquanto isso, o açougueiro Pedro Ribeiro Filho, de 40 anos, e a mulher enfrentavam o caminho para levar comida para a gata e o cachorro. Os dois deixaram o bairro e estão morando na casa de amigos.
Pedreiro mostra o que sobrou de sua casa(Foto: Luciana Bonadio / G1)
Moradores improvisam para conseguir águaEm uma rua do bairro, o servente Valdelir Correia, de 42 anos, e o desempregado Amaurino Anselmo, de 64 anos, usavam uma mangueira para trazer água de uma mina. Sem abastecimento de água ou energia elétrica, eles improvisavam para conseguir se manter na região. “A gente não vai abandonar isso aqui de jeito nenhum”, afirmou Anselmo. O servente perdeu a mãe, o irmão, o tio e a sobrinha na tragédia.
No caminho de volta, um grupo de pessoas tentava resgatar um corpo localizado sob pedras e troncos de árvores. Eles retiravam o entulho com as mãos. Um caminhão dos bombeiros seguiu para ajudar no resgate desse corpo. Em outro ponto, agentes da Polícia Federal caminhavam em direção ao bairro por causa da informação sobre os saques na região.
