Sobe para 448 o número de mortos pelas chuvas no Rio
Nova Friburgo confirma 201 mortes. Teresópolis tem 185 vítimas; Petrópolis, 39; Sumidouro 19; e São José do Vale do Rio Preto, 4
Já chegam a 448 os mortos em consequência das fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro entre a noite de terça-feira (11) e a madrugada desta quinta-feira (13). Ainda há desaparecidos, segundo informações da Defesa Civil do Estado, além de milhares de desabrigados. Entre as vítimas, estão familiares do economista Erik Conolly, diretor da holding do Icatu.
A Prefeitura de Sumidouro confirmou a morte de 19 pessoas e as buscas por desaparecidos continuam. Os bairros mais afetados são: Centro, Campinas, Dona Mariana, Chácara, Vila Corquinho e Volta.
Já a cidade de São José do Vale do Rio Preto confirmou 4 pessoas mortas.
Em Teresópolis, uma das cidades mais astigadas da Região Serrana, mais de 600 pessoas estão em abrigos, sendo pelo menos 300 em um ginásio, segundo a Defesa Civil municipal.
Foto: Agência O Globo
Com casas destruídas e sem ter para onde ir, famílias interias buscam abrigo em ginário de Teresópolis
Segundo balanço da Defesa Civil, há pelo menos 13 mil desabrigados (aqueles que perderam tudo e necessitam de abrigos públicos) ou desalojados (que podem contar com a ajuda de vizinhos e familiares) no Estado. Em Petrópolis há 3.600 desalojados e outros 2.800 desabrigados.
Em Teresópolis, a Defesa Civil contabiliza 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados. O rio Santo Antônio transbordou e, em alguns pontos da região do distrito de Itaipava, a água chegou a mais de dois metros de altura. Muitos moradores, de acordo com a Prefeitura, ficaram ilhados.
Em Nova Friburgo ficaram desalojadas 3.220 pessoas e, 1.970, desabrigadas. A presidenta Dilma Rousseff sobrevoou a cidade nesta quinta-feira. Acompanhada do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ficou em Nova Friburgo por cerca de uma hora e teve uma reunião com ministros e autoridades locais. Abordada por jornalistas, disse apenas que "governo promete ações firmes para ajudar a reconstruir a cidade".
Teresópolis
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, disse, em entrevista à TV, na tarde de quarta-feira, que a cidade estava com mais de 500 desabrigados e ao menos 15 bairros afetados pelas chuvas. "Essa é a maior catástrofe da história do município", afirmou.
Devido ao grande número de mortos, os enterros foram prorrogados até as 22h, no cemitério Municipal Carlinda Berlim. A prefeitura solicitou a abertura de 300 covas, pois ainda há desaparecidos.
Com apenas seis câmaras frigoríficas, o Instituto Médico Legal (IML) da cidade precisou improvisar um necrotério alternativo para abrigar os corpos de todas as vítimas. De acordo com o delegado Wellington Pereira, o jeito foi pedir emprestado um imóvel em frente à 110ª DP, onde funciona o IML do município. “No local funcionava uma igreja evangélica, mas agora está vazio. O proprietário mora em Minas Gerais e prontificou-se a nos emprestar para colocarmos os corpos. É um galpão muito grande, que na frente tem salas. Poderemos fazer até um QG (quartel general) para tratar da questão”, disse o delegado.