38 DIAS DEPOIS DE ASSUMIR O GOVERNO DILMA VAI FAZER O PRIMEIRO CAFÉ COM A PRESIDENTE

PAULO MELO CORUJA NEWS

Vai ao ar a primeira edição do ‘Café com a Presidenta’

Trinta e oito dias depois da posse, vai ao ar na próxima segunda (7) a primeira edição do programa radiofônico de Dilma Rousseff, o “Café com a Presidenta”.
A peça foi gravada nesta sexta (4). Nada de apagão ou de salário mínimo. Tratou-se de tema mais ameno: distribuição gratuita de remédios (hipertensão e diabetes).
Dilma memetiza Lula, que levou a voz ao rádio em novembro de 2003. No início, o seu “Café com o Presidente” era quizenal. Depois, passou a semanal.
Consistia numa pseudoentrevista feita por repórter da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), sob supervisão da Secretaria de Comunicação da Presidência.
Os temas eram definidos previamente. O “entrevistador” levantava a bola, como se diz, para Lula chutar.
O resultado assemelha-se à propaganda eleitoral. É veiculado em quatro horários: 6h, 7h, 8h30 e 13h. O áudio também vai à web, no sítio da Radiobras.
Há uma difusão instantânea. Mais de 1.300 emissoras de todo país reproduzem espontaneamente o programa.
De resto, dependendo do conteúdo, a coisa vira notícia em portais e blogs internet afora. Conforme a carga noticiosa, escala as manchetes dos jornais.
Quem primeiro se deu conta do potencial do rádio como difusor de propaganda oficial foi Getúlio Vargas.
Sob Vargas, a máquina promocional do Estado espalhava as mensagens oficiais pelo país em ondas médias. Em 1934, a prática deu origem à "Voz do Brasil".
Ao tempo em que foi inquilino do Planalto, José Sarney passou a invadir os lares e os automóveis também em frequência modulada (FMs).
“Conversa ao Pé do Rádio” era como se chamava o programa presidencial na Era Sarney. Fernando Collor e Itamar Franco interromperam a prática.
Eleito, Fernando Henrique Cardoso a ressuscitou. Criou o programa “Palavra de Presidente". Coisa de três minutos, que Lula esticaria para seis.
Lula deu ao programa um timbre coloquial que o diferenciou do tom professoral de FHC. Algo que Dilma, com sua cabeça de planilha, talvez não consiga imitar.