TENSÃO E RUMORES DE BOMBARDEIOS CRESCEM ENQUANTO KADAFI TENTA SE MANTER NO PODER

PAULO MELO CORUJA NEWS

Tensão e rumores crescem enquanto Kadafi tenta se manter no poder

Testemunhas dizem que Força Aérea bombardeou partes de Trípoli, enquanto circulam boatos de que líder foi para a Venezuela

iG São Paulo
O governo da Líbia prometeu nesta segunda-feira investigar episódios violentos registrados durante protestos da oposição, na tentativa de frear a onda de manifestações que atinge o país desde o dia 16 de fevereiro. A tensão aumentou nesta segunda-feira com a renúncia de autoridades do governo, relatos de novos abusos das forças de segurança e rumores de que o presidente Muamar Kadafi teria embarcado para a Venezuela - informação negada pelo governo de Hugo Chávez.
Benghazi, a segunda maior cidade líbia, está desde domingo sobre o controle dos manifestantes. Os protestos chegaram à capital, Trípoli, onde forças de segurança leais a Kadafi protegem locais estratégicos como a sede da TV estatal e o palácio presidencial.
A emissora de TV árabe Al-Jazeera afirmou que, segundo diversas testemunhas, aviões da Força Aérea líbia bombardearam alguns locais da capital. "O que estamos testemunhando hoje é inimaginável. Aviões de guerra e helicópteros estão bombardeando indiscriminadamente uma área depois da outra. Há muitos, muitos mortos", disse um morador ouvido pela Al-Jazeera.
Mais cedo, dois jatos da Força Aérea da Líbia pousaram em Malta. Segundo a Reuters, os pilotos disseram à autoridades do país que tinham sido ordenados a bombardear manifestantes. Eles teriam se recusado a realizar a tarefa e um deles teria pedido asilo político.
Também há relatos de que militares estariam atirando contra manifestantes em Trípoli. A imprensa internacional tem dificuldade de confirmar as informações dadas por testemunhas por causa de um bloqueio imposto pelo governo líbio: jornalistas do exterior não podem entrar no país e o acesso à internet foi quase totalmente derrubado.

Homens carregam caixão de vítima morta durante manifestações em Benghazi
Foto: AP
Homens carregam caixão de vítima morta durante manifestações em Benghazi