YTAMARATI CONFIRMA EMBARCAÇÃO PARA RETIRADA DE 183 BRASILEIROS NA LÍBIA

PAULO MELO CORUJA NEWS


Embarcação vai resgatar brasileiros na Líbia, informa Itamaraty

Grupo de 183 funcionários de construtora será levado para Malta.
Barco foi providenciado pela embaixada em Atenas; empresa não confirma.

Do G1, em Brasília
O Ministério das Relações Exteriores informou que uma embarcação vai resgatar nesta quarta (23) ou na quinta um grupo de 183 brasileiros retidos na Líbia devido aos conflitos no país. Eles serão levados para Malta, informou a assessoria do Itamaraty.
Esses brasileiros, segundo a assessoria, são funcionários da construtora Queiroz Galvão que estão na cidade de Benghazi, um dos focos do conflito entre manifestantes e forças do governo.
A assessoria da Queiroz Galvão não confirmou a informação sobre o resgate dos funcionários. "Visando preservar a segurança de nossos colaboradores, a Queiroz Galvão não irá informar data, hora nem lugar da transferência dos funcionários da empresa e familiares que estão em Benghazi, na Líbia", informou a assessoria da empresa.
O Itamaraty, porém, informou que a embaixada brasileira em Atenas, na Grécia, providenciou a embarcação, que já estaria a caminho da Líbia.
Ainda de acordo com o Itamaraty, o embaixador brasileiro na Líbia,  George Ney, estaria "fazendo gestões" junto ao governo líbio nesta terça-feira para facilitar a saída dos brasileiros no país. O governo brasileiro providenciará documentos para quem estiver sem passaporte.
A opção pelo transporte marítimo teria sido feita devido aos danos causados durante os protestos ao aeroporto de Bengazhi, que estaria sem condições de receber aeronaves.
De acordo com o Itamaraty, entre 500 e 600 brasileiros vivem na Líbia, a maior parte funcionários de empresas brasileiras – além da Queiroz Galvão, Petrobras, Odebrecht e Andrade Gutierrez atuam no país.
Conflitos
Os confrontos durante a revolta popular contra o regime do coronel Muammar Kadhafi já deixaram 300 mortos (242 civis e 58 militares), segundo dados divulgados na noite desta terça-feira (22) por Saif al Islam, filho do ditador Muammar Kadhafi.
Cerca de metade das mortes ocorreram na segunda maior cidade do país, Benghazi, situada 1.000 km a leste da capital, Trípoli, e foco da insurreição.
Kadhafi fez nesta terça seu primeiro discurso televisionado desde o começo da crise. Em um tom enfurecido, ele afirmou que ainda é o "chefe da revolução" que o levou ao poder em 1969, disse que iria lutar até a "última gota de sangue" e ameaçou os manifestantes.