FRANÇA RECONHECE REBELDES COMO 'REPRESENTANTES LEGITIMOS' DA LÍBIA

PAULO MELO CORUJA NEWS

França reconhece rebeldes como
'representantes legítimos' da Líbia

Decisão coloca ainda mais pressão sobre o regime do ditador Muammar Gaddafi
Do R7, com France Presse

O governo da França reconheceu oficialmente nesta quinta-feira (10) o Conselho Nacional de Transição (CNT) - a instância política dos rebeldes da Líbia - como o "representante legítimo" do país. A decisão foi anunciada depois de um encontro do presidente Nicolas Sarkozy, em Paris, com os enviados do grupo.

A decisão coloca ainda mais pressão sobre o ditador Muammar Gaddafi, que agora enfrenta não só a resistência feroz dos opositores, mas perde legitimidade diante da França, um importante ator da política internacional e membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

No último domingo (6), a França já havia "saudado" a criação do conselho, afirmando que apoiava os princípios e as metas fixadas, de acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Na ocasião, o porta-voz da chancelaria francesa, Bernard Valero, elogiou "a vontade de unidade que presidiu a instauração do conselho" e estimulou "os líderes e os movimentos que o compõem a prosseguir as ações com o mesmo espírito".

No último sábado (5), o Conselho Nacional de Transição, criado pelos representantes da insurreição que luta desde 15 de fevereiro contra as tropas de Gaddafi, se reuniu e afirmou ser "o único representante da Líbia".

No mesmo fim de semana, no Cairo, capital do Egito, o ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, afirmou que a Europa e a França "não podem tolerar a loucura criminosa" do regime de Gaddafi.
Europa e Otan discutem "próximos passos"
A União Europeia e a Otan (aliança militar do Ocidente) começarão nesta quinta-feira dois dias de diálogo intenso sobre a situação da Líbia, com discussões focadas na possível área de "restrição aérea" e como a Europa pode apoiar a transição política no norte da África.



A Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse nesta quarta-feira (9) que estava preparando várias opções militares para a Líbia, incluindo a zona de restrição aérea, com planos a serem discutidos pelos ministros da Defesa da Otan em Bruxelas a partir de hoje.

A Itália, cujas bases poderiam ter um papel importante em qualquer ação militar, disse que apoiará as decisões tomadas pela Otan, a União Europeia e a ONU, abrindo caminho para o envio das forças americanas instaladas em Nápoles, se necessário.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, explicou ao canal britânico Sky News que a organização não pretende intervir na Líbia, embora faça planos para “todas as eventualidades”.

- Se solicitado e se necessário, podemos responder a curto prazo. Há uma série de sensibilidades na região em relação ao que poderia ser considerada interferência militar estrangeira.

Entre as questões a serem consideradas pelos 28 países membros da Otan está a base legal para impor a controversa área de restrição aérea, especialmente se for preciso tomar essa medida sem o apoio da ONU. Nenhuma decisão imediata sobre isso é esperada.