COMEÇA A OPERAÇÃO RESGATE DOS CORPOS DO VOO 447

PAULO MELO CORUJA NEWS

Começa operação para recuperar corpos do voo 447, diz agência

Segundo fonte ouvida por agência de notícias, equipes de busca farão tentativa de resgate de corpos por até 2 dias

AFP
A operação para resgatar os corpos dos passageiros do voo Rio-Paris da Air France, que caiu em 2009 no Oceano Atlântico, com 228 pessoas a bordo, começou nesta quarta-feira, anunciou à AFP uma fonte próxima à missão. A mesma autoridade disse que, por enquanto, nenhum corpo foi resgatado. O orgão oficial responsável pelas investigações, o BEA (Esritório de Investigações e Análises), não confirma o início da busca por corpos.
Na terça-feira, a mesma fonte mostrou-se prudente sobre os resultados da tarefa, destacando em particular o tempo de imersão dos corpos das vítimas da tragédia aérea, ocorrida em águas brasileiras, no dia 1 de junho de 2009. De acordo com o jornal Le Parisien, essa operação tentaria levar um ou dois corpos à superfície.

Foto: BEA
Imagem divulgada pela BEA mostra a segunda caixa-preta do Airbus da Air France

Os destroços do aparelho foram localizados no começo de abril a 3.900 metros de profundidade, numa área de 600 por 200 metros.
O resgate dos corpos está sob a responsabilidade da Justiça francesa e será realizado por oficiais da Marinha a bordo do navio Ile de Sein.
Caixa-preta
A transcrição das duas caixas-pretas encontradas do voo AF 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009, serão acompanhadas por especialistas brasileiros, britânicos e americanos, afirmou nesta terça-feira o secretário francês dos Transportes, Thierry Mariani.
A iniciativa francesa de associar técnicos estrangeiros à operação tenta pôr fim às críticas, feitas sobretudo pelas famílias das vítimas brasileiras, em relação à suposta falta de independência do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês).
O órgão, que apura as causas do acidente com o Airbus da Air France que fazia a rota Rio-Paris, é ligado ao ministério dos Transportes. O BEA já foi acusado por familiares das vítimas de “ter interesses políticos e financeiros e realizar relatórios tendenciosos e incompletos”.
A suspeita ocorre porque o Estado francês possui participações acionárias na Air France e na Airbus, além de 27% do capital da Thalès, fabricante dos sensores de velocidade do avião, os chamados “tubos pitot”.
Segundo o BEA, as falhas nos sensores, que enfrentam problemas de congelamento em altas altitudes, “são um dos elementos, mas não a causa do acidente”.
A associação brasileira de familiares das vítimas solicitou inúmeras vezes que a análise das caixas-pretas, quando encontradas, fosse feita em um local “neutro”, nos Estados Unidos.
“Não temos nenhum receio particular, mesmo sem saber o que os investigadores vão descobrir. É preciso saber a verdade sobre esse drama quaisquer que sejam suas causas”, disse o secretário francês.
A transcrição das caixas-pretas encontradas, que foram seladas por se tratarem de provas em uma investigação judicial, será feita sob o controle de um oficial da polícia judiciária, afirmou ainda Mariani.
* Com informações da BBC Brasil