PM QUE ATIROU NO AUTOR DO MASSACRE DIZ QUE ELE TINHA UM OLHAR TRANSTORNADO

PAULO MELO CORUJA NEWS

PM que baleou atirador disse que ele estava com 'um olhar transtornado'

Ele prestou depoimento na Divisão de Homicídios na tarde desta quinta.
Sargento disse que em 18 anos de PM nunca tinha visto nada tão trágico.

Patrícia Kappen Do G1 RJ
Sargento Márcio Alves (Foto: Tatiana Regadas Coelho/TV Globo)Sargento Márcio Alves foi chamado de herói por
Cabral (Foto: Tatiana Regadas Coelho/TV Globo)
O sargento da Polícia Militar Márcio Alves, que baleou o atirador após ataque na Escola Municipal Tasso da Silveira, prestou depoimento na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na noite desta quinta-feira (7). O depoimento durou cerca de meia hora.
"Ele estava com um olhar transtornado, determinado a continuar aquela chacina" afirmou. O policial disse também que em 18 anos de Polícia Militar nunca tinha visto nada tão trágico.
O ataque, na manhã desta quinta-feira, deixou 11 crianças mortas e 13 feridas.
Alves contou que cruzou com o atirador quando ele saía de uma sala, no segundo andar, e estava se encaminhando para o terceiro andar.
O polícial disse que o filho dele, de 12 anos, telefonou chorando, assim que ouviu o pai na televisão.
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"Não me considero herói, tive apoio de mais dois companheiros, cumpri meu dever", disse ele, ao lado dos cabos Edinei Feliciano da Silva e Denilson Francisco de Paula, que também foram ouvidos pela polícia.
Estão previstos ainda os depoimentos de pelo menos outras sete pessoas, incluindo professores, o diretor da escola e um bombeiro que prestou socorro.
MAIS cedo, durante uma entrevista ainda dentro da escola atacada, ele contou detalhes da ação do atirador. "Ele apontou a arma na minha direção, foi baleado, caiu na escada e cometeu o suicídio", contou Alves, que lembrou ainda que o atirador usava um cinturão com munição.
Chamado de herói pelo governador Sérgio Cabral, ele disse que o sentimento é de tristeza pelas vítimas e pelos alunos que presenciaram o ataque. "Se eu tivesse chegado cinco minutos antes, teria evitado", ponderou ele, que tem 18 anos de polícia.
Infográfico ataque em Realengo (Foto: Arte/G1)