PALESTINO APOIAM ABBAS PELA ADESÃO A ONU

PAULO MELO CORUJA NEWS

Palestinos saem às ruas em apoio a Abbas por pedido de adesão à ONU

Ruas da Cisjordânia são ocupadas por milhares que acompanharam o discurso do presidente em telões e comemoraram a iniciativa

iG São Paulo 

A alegria pelo passo dado por Abbas foi marcada também por violência algumas horas antes. Próximo à Cisjordânia, na aldeia de Qursa, soldados israelenses mataram um palestino, durante confrontos entre os colonos e os oficiais de Israel, segundo informaram testemunhas e os militares.
Em Qalandiya, posto de controle entre Cisjordânia e Jerusalém, tropas israelenses dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os palestinos, que atiravam pedras contra os soldados. Os confrontos duraram algumas horas, e, no fim da tarde, médicos afirmaram que cerca de 70 palestinos ficaram feridos por balas de borracha ou por inalação do gás.
Na Cisjordânia, em Nabi Saleh, manifestantes carregaram uma cadeira pintada de azul, cor que simboliza a ONU, para representar o pedido de reconhecimento. Eles também queimaram bandeiras israelenses e cartazes com fotos do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e jogaram pedras antes de serem envolvidos pelo gás lacrimogêneo, disparado pelos soldados israelenses. Choques com tropas aconteceram também na colônia de Bilin.
Abbas pediu por marchas pacíficas em apoio ao reconhecimento do Estado palestino na ONU na Cisjordânia, Faixa de Gaza e leste de Jerusalém - territórios tomados por Israel na Guerra de 1967 (Veja cronologia do conflito).
O movimento islamita Hamas e o Fatah de Abbas decidiram em comum acordo não realizar manifestações públicas para não acirrar suas divisões políticas.
No lado de Israel, o governo colocou aproximadamente 22 mil policiais na "linha verde", que separa Israel da Cisjordânia, nas localidades árabes-israelenses e em Jerusalém Oriental que foi anexada. Em Jerusalém, a polícia interditou o acesso de homens com menos de 50 anos à Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha.
Sessenta e quatro anos depois da partilha da Palestina, Abbas entregou seu pedido ao secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, que deverá transmiti-la ao Conselho de Segurança, como prevê o procedimento da ONU.
Israel e os Estados Unidos se opuseram categoricamente a esta iniciativa, e exigiram que ela seja precedida por um acordo de paz com o Estado Judeu.
Com AP e AFP