AUDITORES ENCONTRAM TRABALHO DEGRADANTE EM PROPRIEDADES DO PARANÁ

PAULO MELO CORUJA NEWS

Auditores encontram trabalho degradante em propriedades do PR

Cinco pessoas estavam em condições similares a escravidão, diz SRTE.
Fazendas ficam no município de Reserva, na região dos Campos Gerais.

Do G1 PR
Cinco pessoas trabalhavam em condições similares a de escravidão em uma propriedade rural do município de Reserva, na região dos Campos Gerais do Paraná. Três moravam em uma barraca de lona improvisada, no meio da plantação, e um casal se abrigava em uma casa cedida pelo empregador.
Trabalhadores moraram em meio a plantação de tomate (Foto: SRTE/ divulgação)Trabalhadores moravam em meio a plantação de tomate (Foto: SRTE/ divulgação)
Além deles, outros 90 profissionais estavam em condição irregular, sendo que 11 são adolescentes e três menores de 16 anos. Estes casos foram verificados em diferentes propriedades da região. Estas relações de trabalho foram descobertas pela Superintendência Regional do Trabalho do Paraná (SRTE/PR) e divulgadas nesta segunda-feira (5).
De acordo com os auditores que estiveram no local, havia uma espécie de acordo na qual o empregador fornecia os insumos e o trabalhador a mão de obra. Eles recebiam R$ 100 por mil pés de tomates, a título de adiantamento, e 20% a 25% referente à produção no final da safra.
Os fiscais também constataram que os patrões não forneciam água potável, instalações sanitárias, espaço adequado para refeições e itens de segurança e saúde. Segundo a SRTE, os trabalhadores não possuiam roupas adequadas para aplicações de agrotóxicos e também não havia sinalização das áreas onde o veneno já havia sido borrifado.
 
A auditora fiscal que coordenou a ação Luize Surkam avaliou o cenário como degradante.

Nesta terça-feira (6), na gerência regional da STRE de Ponta Grossa, o empregador fará o pagamento dos direitos trabalhistas dos cinco trabalhadores e de dois menores de 16 anos. O valor deve ser de aproximadamente R$ 40 mil. O empregador também será incluido em um cadastro desenvolvido pelo Ministério do Trabalho no qual aparecem os nomes das pessoas envolvidas de alguma forma com trabalho escravo. Com relações aos demais trabalhadores, os patrões vão assinar um termo de ajuste de conduta e pagar o que é devido.