PAULO MELO CORUJA NEWS
curitiba
A manifestação por melhorias no país levou milhares de pessoas às ruas
de Londrina, no Norte do Paraná, na tarde desta segunda-feira (17). Às
17h30, um grupo já bastante grande e formado principalmente por jovens
se concentrava em frente ao Cine Teatro Ouro Verde. O objetivo deles é
mostrar apoio aos protestos realizados em todo o país nas últimas
semanas.
A manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em
Curitiba foi pacífica até por volta das 22 horas desta segunda-feira
(17). Pelo menos uma pessoa foi ferida e há registro de outras que foram
detidas, mas a informação exata sobre o número de presos não foi
confirmada pela Polícia Militar até às 23h30.
Um grupo de manifestantes que se concentrou em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, jogou pedras e tentou invadir o prédio. Há registro de tumultos e disparo de bombas de efeito moral pela Polícia Militar (PM). O fotógrafo Fernando Fávero ficou ferido durante a manifestação. Ele estava próximo aos manifestantes que depredavam o prédio quando uma bomba foi lançada próxima ao local, que causou ferimentos no rosto, próximo à orelha. De acordo com pessoas que estavam no local, pelo menos dez bombas foram atiradas. Segundo os organizadores do protesto, o vandalismo foi cometido por uma minoria que não fazia parte da organização da manifestação.
Os danos foram causados na entrada da garagem do Palácio Iguaçu, pelo lado esquerdo. A porta começou a ceder, mas os manifestantes não conseguiram entrar no prédio. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e houve confronto com uma parte dos manifestantes. Às 23 horas a Tropa de Choque da PM continua posicionada em frente ao Palácio. A maior parte dos manifestantes já se dispersou por volta desse horário.
A névoa causada pelo gás lacrimogêneo das bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar podia ser vista desde o Shopping Mueller, na Avenida Cândido de Abreu. O gás das bombas de efeito moral continuava forte e causando irritação nas pessoas que estavam no local por volta das 23 horas. Também houve tentativa de incêndio na guarita do estacionamento da Praça Nossa Senhora do Salete.
Às 21h50, uma parte dos manifestantes se concentrou na Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Há relatos de um grupo de pessoas que chutou a porta do prédio e pichou uma das paredes do Palácio Iguaçu, mas os próprios manifestantes se organizaram para limpar. A maioria das pessoas presentes no local pedia para não haver vandalismo e criticava a ação desse grupo. A maioria dos manifestantes ficou na Praça Santos Andrade, último ponto da passeata, e não seguiu ao Centro Cívico.
O governador Beto Richa (PSDB) se manifestou sobre os confrontos em sua conta no Twitter. "Lamentável. A polícia teve que intervir, infelizmente. Vândalos infiltrados numa manifestação pacífica", escreveu.
Cerca de 10 mil manifestantes, segundo estimativa da PM, participaram do terceiro protesto contra o aumento das tarifas do transporte público de Curitiba. A manifestação, que começou por volta das 18h na Boca Maldita, percorreu várias ruas do centro da cidade e deixou complicado o trânsito na região. A recomendação da Polícia Militar (PM) é de que motoristas evitem circular de carro pelo Centro durante a noite desta segunda-feira (17). O protesto é pacífico e não houve registro de brigas ou depredação por parte da PM e da Guarda Municipal.
No total, 30,2 mil pessoas confirmaram apoio ao evento, via Facebook, até as 20h30 desta segunda-feira. O III Ato em Apoio ao Movimento Nacional contra o Aumento da Passagem começou às 18 horas, com concentração na Boca Maldita, e depois seguiu em passeata pela cidade, sem roteiro pré-definido. Outro grupo de manifestantes se reuniu na Praça Santos Andrade durante a tarde e se uniu ao grupo original no começo do protesto.
A PM não divulga o número de policiais que acompanha a manifestação. Há oficiais à paisana entre os manifestantes. Policiais fardados acompanham o grupo à distância e a ordem é agir somente se necessário.
Percurso
O grupo passou pelas ruas XV de Novembro, Dr. Muricy (fechando o cruzamento com a Marechal Deodoro, Emiliano Perneta, Desembargador Westephalen, Tibagi, Mariano Torres (fechando cruzamento com Avenida Sete de Setembro), voltaram à Rua XV de Novembro e às 20h50 chegaram à Praça Santos Andrade. Depois, uma parte dos manifestantes se dirigiu ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, e outra permanecia na praça.
Os manifestantes chegaram às proximidades da Rodoviária por volta das 20h20. Havia a expectativa de que eles se dirigissem à Urbs, que fica dentro da Rodoviária, mas eles seguiram pela Rua Mariano Torres e voltaram a entrar na Rua XV de Novembro, onde a manifestação havia começado, até chegar à Praça Santos Andrade.
Ônibus
Segundo a Urbs, as rotas de ônibus foram alteradas para desviar dos bloqueios criados pela passeata. As equipes de fiscalização estão nas ruas informando os motoristas dos ônibus sobre as alterações nas rotas, mas não há um trajeto pré-definido. Informações sobre desvio nas linhas podem ser obtidas pelo telefone 156.
Por volta das 18h30, os manifestantes lotaram a Praça Rui Barbosa e impediram o trânsito dos ônibus. A Urbs recomendou às pessoas que precisam pegar ônibus no local para procurarem rotas alternativas, já que o trânsito foi paralisado.
Impossibilitados de circular pela Praça Rui Barbosa, alguns ônibus abriram as portas para liberar os passageiros. "Acho complicado ter que descer do ônibus, mas acho que esse protesto vai ajudar o país", comentou Isabela de Lima, que estava na Linha Pinheirinho/Rui Barbosa.
Há relatos de um grupo que tentou bloquear a passagem dos ônibus, mas a maior parte dos manifestantes pedia para liberarem a passagem dos veículos. Às 19h, os manifestantes começaram a sair da Praça Rui Barbosa em direção à Rua André de Barros. Por conta do grande número de pessoas que estava no local, o trânsito na Rui Barbosa deve demorar para ser normalizado.
Equipes da Setran acompanhavam o movimento. Um oficial afirmou que eles não devem interferir na manifestação. Na Rua Desembargador Westphalen, no Centro, comerciantes fecharam as lojas com medo do movimento.
Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) acompanharam a marcha. O órgão divulgou em nota que se preocupa "especialmente com a garantia da liberdade de manifestação do pensamento e do direito de reunião".
Objetivos
De acordo com a página do movimento no Facebook, o protesto em Curitiba levanta as seguintes bandeiras: redução da tarifa de ônibus em R$ 2,60 em dias úteis e R$ 1 aos domingos; contra a repressão e à criminalização de movimentos sociais; passe livre para estudantes; abertura da "caixa-preta" da Urbs e transparências nos subsídios; constituição de frota pública; contra os "crimes de Estado da Copa do Mundo", entre outros.
Interior
Pelo menos 18 cidades do Paraná realizam manifestações durante a noite desta segunda-feira. Além de Curitiba, páginas no Facebook indicavam o protesto em Apucarana, Arapongas, Cambé, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Irati, Londrina, Maringá, Palotina, Paranaguá, Pato Branco, Ponta Grossa, Rolândia e São José dos Pinhais.
Concentração
Por volta das 17 horas, cerca de 100 pessoas já se reuniam na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da UFPR, para pintar cartazes que seriam usados na manifestação. Além da manifestação pelo preço da passagem, o movimento levanta outras bandeiras. Os cartazes levam dizeres como "Verás que um filho teu não foge à luta", "Partidos não nos representam" e "PEC 37: não passará".
A fotógrafa Bruna Moraes está registrando o protesto. "Acho que alguma coisa vai mudar depois dessa manifestação", acredita. O estudante Lucas Schmoller participa da marcha. "Estou aqui para lutar por uma melhoria no país", afirma.
Manifestações anteriores
Na sexta (14), cerca de 700 pessoas protestaram contra o reajuste na passagem de ônibus e contra a repressão policial aos manifestantes em São Paulo e no Rio de Janeiro. A primeira manifestação foi na quinta (13), quando cerca de 150 promoveram um ato na Boca Maldita. Em ambos os protestos não houve registro de tumultos.
Apoio
O movimento reúne grupos como a Organização das Farofadas, Marcha da Maconha, Marcha das Vadias e integrantes de partidos políticos. A manifestação também pretende divulgar a “Farofada pelo Transporte Público”, marcada para o próximo dia 21 de junho. Deste último evento, mais de 30,7 mil confirmaram presença pelo Facebook até as 17 horas desta segunda (17). De acordo com informações da página, a mobilização tem como principal queixa a situação do transporte público na capital paranaense.
Protestos se espalham por capitais brasileiras nesta segunda-feira
Agência O Globo
Manifestantes tomam as ruas de oito capitais do Brasil, além de Curitiba, nesta segunda-feira. Milhares de pessoas ocupam áreas centrais de São Paulo, Rio, Brasília, Maceió, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte, acompanhadas de perto pela polícia. Em São Paulo, 270 mil pessoas confirmaram presença, via redes sociais; de acordo com a polícia, já são 30 mil pessoas - número conservador, de acordo com os participantes do "Quinto Grande Ato Contra o Aumento das Passagens".
No Rio, enquanto a PM afirma que há apenas 600 pessoas, uma multidão continua a chegar à Candelária, com flores nas mãos, e já começa a caminhar pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia. Domingo, na Quinta da Boa Vista, o Batalhão de Choque foi para cima dos manifestantes que tentavam se aproximar do Maracanã; eles terminaram se refugiando na Quinta da Boa Vista, onde foram alvo de bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, ao lado de pais e filhos que nada tinham a ver com a manifestação.
Em Belo Horizonte, onde Nigéria e Taiti jogaram pela Copa das Confederações, o ato começou mais cedo, e mais de 20 mil pessoas, de acordo com a PM, participam do protesto que começou na Praça Sete, no Centro da capital mineira. Com palavras de ordem contra o reajuste da passagem de ônibus e gastos excessivos com Copa do Mundo e Olimpíadas, a manifestação ocorre em frente ao Mineirão; para impedir a marcha de se aproximar do estádio, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha nos manifestantes.
Mais cedo, em São Paulo, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, garante que não haverá proibição para que o protesto chegue à Avenida Paulista. Também garantiu que, desta vez, a Polícia Militar não usará balas de borracha contra os manifestantes, ao contrário do ato da última quinta-feira, reprimido violentamente pelo Batalhão de Choque. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apareceu de surpresa em reunião do Movimento Passe Livre (MPL), que iniciou os protestos na capital paulista, com o secretário de governo, Antônio Donato, mas disse que não seria possível "revogar o aumento da tarifa por motivos técnicos". Em nota, integrantes do MPL discordaram da posição de Haddad, afirmando que não se trata "de uma questão técnica, mas política". Neste momento, mais de 2 mil pessoas já se encontram no Largo da Batata, ponto de encontro dos manifestantes.
Em Maceió, capital de Alagoas, cerca de 700 pessoas fazem um ato na Praça Centenária, no Bairro do Farol. Em Brasília, 1,3 mil pessoas, entre eles centenas de estudantes, principalmente secundaristas, ocupam todas as faixas do Eixo Monumental, no Centro da capital, e já começam a tomar o canteiro central em frente ao Congresso Nacional.
André Rodrigues/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Protesto em Curitiba termina em tumulto em frente ao Palácio Iguaçu
Manifestação começou na Boca Maldita e passou
por diversos pontos da região central da capital. Passeata foi pacífica
até por volta das 22h, mas depois houve registro de tumulto e
depredação em frente à sede do governo do estado
Antonio Senkovski, Amanda Audi, Diego Ribeiro e Thomas Rieger, especial para a Gazeta do Povo
Manifestação leva milhares de jovens às ruas de Londrina
Manifestantes fecham terminal de ônibus em Ponta Grossa
O terminal de transporte intra-municipal em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, ficou fechado por cerca de 30 minutos no início da noite desta segunda-feira (17) por conta da manifestação em prol do movimento nacional pelo passe livre. Neste momento, os manifestantes liberaram a saída dos ônibus, mas a entrada continua interditada. Os ônibus estão saindo do terminal sem passageiros e com as luzes internas apagadas.Protesto em Foz do Iguaçu reúne 2 mil pessoas
Mais de 2 mil pessoas participaram nesta segunda-feira (17) do protesto contra o transporte coletivo em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Estudantes, trabalhadores e comerciantes engrossaram a manifestação que começou por volta das 17h30 em frente ao terminal central e se estendeu até o início da noite na Praça da Paz, ao lado da prefeitura, onde foi feita uma concentração.Um grupo de manifestantes que se concentrou em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, jogou pedras e tentou invadir o prédio. Há registro de tumultos e disparo de bombas de efeito moral pela Polícia Militar (PM). O fotógrafo Fernando Fávero ficou ferido durante a manifestação. Ele estava próximo aos manifestantes que depredavam o prédio quando uma bomba foi lançada próxima ao local, que causou ferimentos no rosto, próximo à orelha. De acordo com pessoas que estavam no local, pelo menos dez bombas foram atiradas. Segundo os organizadores do protesto, o vandalismo foi cometido por uma minoria que não fazia parte da organização da manifestação.
Os danos foram causados na entrada da garagem do Palácio Iguaçu, pelo lado esquerdo. A porta começou a ceder, mas os manifestantes não conseguiram entrar no prédio. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e houve confronto com uma parte dos manifestantes. Às 23 horas a Tropa de Choque da PM continua posicionada em frente ao Palácio. A maior parte dos manifestantes já se dispersou por volta desse horário.
A névoa causada pelo gás lacrimogêneo das bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar podia ser vista desde o Shopping Mueller, na Avenida Cândido de Abreu. O gás das bombas de efeito moral continuava forte e causando irritação nas pessoas que estavam no local por volta das 23 horas. Também houve tentativa de incêndio na guarita do estacionamento da Praça Nossa Senhora do Salete.
Às 21h50, uma parte dos manifestantes se concentrou na Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Há relatos de um grupo de pessoas que chutou a porta do prédio e pichou uma das paredes do Palácio Iguaçu, mas os próprios manifestantes se organizaram para limpar. A maioria das pessoas presentes no local pedia para não haver vandalismo e criticava a ação desse grupo. A maioria dos manifestantes ficou na Praça Santos Andrade, último ponto da passeata, e não seguiu ao Centro Cívico.
O governador Beto Richa (PSDB) se manifestou sobre os confrontos em sua conta no Twitter. "Lamentável. A polícia teve que intervir, infelizmente. Vândalos infiltrados numa manifestação pacífica", escreveu.
Cerca de 10 mil manifestantes, segundo estimativa da PM, participaram do terceiro protesto contra o aumento das tarifas do transporte público de Curitiba. A manifestação, que começou por volta das 18h na Boca Maldita, percorreu várias ruas do centro da cidade e deixou complicado o trânsito na região. A recomendação da Polícia Militar (PM) é de que motoristas evitem circular de carro pelo Centro durante a noite desta segunda-feira (17). O protesto é pacífico e não houve registro de brigas ou depredação por parte da PM e da Guarda Municipal.
No total, 30,2 mil pessoas confirmaram apoio ao evento, via Facebook, até as 20h30 desta segunda-feira. O III Ato em Apoio ao Movimento Nacional contra o Aumento da Passagem começou às 18 horas, com concentração na Boca Maldita, e depois seguiu em passeata pela cidade, sem roteiro pré-definido. Outro grupo de manifestantes se reuniu na Praça Santos Andrade durante a tarde e se uniu ao grupo original no começo do protesto.
A PM não divulga o número de policiais que acompanha a manifestação. Há oficiais à paisana entre os manifestantes. Policiais fardados acompanham o grupo à distância e a ordem é agir somente se necessário.
Percurso
O grupo passou pelas ruas XV de Novembro, Dr. Muricy (fechando o cruzamento com a Marechal Deodoro, Emiliano Perneta, Desembargador Westephalen, Tibagi, Mariano Torres (fechando cruzamento com Avenida Sete de Setembro), voltaram à Rua XV de Novembro e às 20h50 chegaram à Praça Santos Andrade. Depois, uma parte dos manifestantes se dirigiu ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, e outra permanecia na praça.
Os manifestantes chegaram às proximidades da Rodoviária por volta das 20h20. Havia a expectativa de que eles se dirigissem à Urbs, que fica dentro da Rodoviária, mas eles seguiram pela Rua Mariano Torres e voltaram a entrar na Rua XV de Novembro, onde a manifestação havia começado, até chegar à Praça Santos Andrade.
Ônibus
Segundo a Urbs, as rotas de ônibus foram alteradas para desviar dos bloqueios criados pela passeata. As equipes de fiscalização estão nas ruas informando os motoristas dos ônibus sobre as alterações nas rotas, mas não há um trajeto pré-definido. Informações sobre desvio nas linhas podem ser obtidas pelo telefone 156.
Por volta das 18h30, os manifestantes lotaram a Praça Rui Barbosa e impediram o trânsito dos ônibus. A Urbs recomendou às pessoas que precisam pegar ônibus no local para procurarem rotas alternativas, já que o trânsito foi paralisado.
Impossibilitados de circular pela Praça Rui Barbosa, alguns ônibus abriram as portas para liberar os passageiros. "Acho complicado ter que descer do ônibus, mas acho que esse protesto vai ajudar o país", comentou Isabela de Lima, que estava na Linha Pinheirinho/Rui Barbosa.
Há relatos de um grupo que tentou bloquear a passagem dos ônibus, mas a maior parte dos manifestantes pedia para liberarem a passagem dos veículos. Às 19h, os manifestantes começaram a sair da Praça Rui Barbosa em direção à Rua André de Barros. Por conta do grande número de pessoas que estava no local, o trânsito na Rui Barbosa deve demorar para ser normalizado.
Equipes da Setran acompanhavam o movimento. Um oficial afirmou que eles não devem interferir na manifestação. Na Rua Desembargador Westphalen, no Centro, comerciantes fecharam as lojas com medo do movimento.
Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) acompanharam a marcha. O órgão divulgou em nota que se preocupa "especialmente com a garantia da liberdade de manifestação do pensamento e do direito de reunião".
Objetivos
De acordo com a página do movimento no Facebook, o protesto em Curitiba levanta as seguintes bandeiras: redução da tarifa de ônibus em R$ 2,60 em dias úteis e R$ 1 aos domingos; contra a repressão e à criminalização de movimentos sociais; passe livre para estudantes; abertura da "caixa-preta" da Urbs e transparências nos subsídios; constituição de frota pública; contra os "crimes de Estado da Copa do Mundo", entre outros.
Interior
Pelo menos 18 cidades do Paraná realizam manifestações durante a noite desta segunda-feira. Além de Curitiba, páginas no Facebook indicavam o protesto em Apucarana, Arapongas, Cambé, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Irati, Londrina, Maringá, Palotina, Paranaguá, Pato Branco, Ponta Grossa, Rolândia e São José dos Pinhais.
Concentração
Por volta das 17 horas, cerca de 100 pessoas já se reuniam na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da UFPR, para pintar cartazes que seriam usados na manifestação. Além da manifestação pelo preço da passagem, o movimento levanta outras bandeiras. Os cartazes levam dizeres como "Verás que um filho teu não foge à luta", "Partidos não nos representam" e "PEC 37: não passará".
A fotógrafa Bruna Moraes está registrando o protesto. "Acho que alguma coisa vai mudar depois dessa manifestação", acredita. O estudante Lucas Schmoller participa da marcha. "Estou aqui para lutar por uma melhoria no país", afirma.
Manifestações anteriores
Na sexta (14), cerca de 700 pessoas protestaram contra o reajuste na passagem de ônibus e contra a repressão policial aos manifestantes em São Paulo e no Rio de Janeiro. A primeira manifestação foi na quinta (13), quando cerca de 150 promoveram um ato na Boca Maldita. Em ambos os protestos não houve registro de tumultos.
Apoio
O movimento reúne grupos como a Organização das Farofadas, Marcha da Maconha, Marcha das Vadias e integrantes de partidos políticos. A manifestação também pretende divulgar a “Farofada pelo Transporte Público”, marcada para o próximo dia 21 de junho. Deste último evento, mais de 30,7 mil confirmaram presença pelo Facebook até as 17 horas desta segunda (17). De acordo com informações da página, a mobilização tem como principal queixa a situação do transporte público na capital paranaense.
Protestos se espalham por capitais brasileiras nesta segunda-feira
Agência O Globo
Manifestantes tomam as ruas de oito capitais do Brasil, além de Curitiba, nesta segunda-feira. Milhares de pessoas ocupam áreas centrais de São Paulo, Rio, Brasília, Maceió, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte, acompanhadas de perto pela polícia. Em São Paulo, 270 mil pessoas confirmaram presença, via redes sociais; de acordo com a polícia, já são 30 mil pessoas - número conservador, de acordo com os participantes do "Quinto Grande Ato Contra o Aumento das Passagens".
No Rio, enquanto a PM afirma que há apenas 600 pessoas, uma multidão continua a chegar à Candelária, com flores nas mãos, e já começa a caminhar pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia. Domingo, na Quinta da Boa Vista, o Batalhão de Choque foi para cima dos manifestantes que tentavam se aproximar do Maracanã; eles terminaram se refugiando na Quinta da Boa Vista, onde foram alvo de bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, ao lado de pais e filhos que nada tinham a ver com a manifestação.
Em Belo Horizonte, onde Nigéria e Taiti jogaram pela Copa das Confederações, o ato começou mais cedo, e mais de 20 mil pessoas, de acordo com a PM, participam do protesto que começou na Praça Sete, no Centro da capital mineira. Com palavras de ordem contra o reajuste da passagem de ônibus e gastos excessivos com Copa do Mundo e Olimpíadas, a manifestação ocorre em frente ao Mineirão; para impedir a marcha de se aproximar do estádio, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha nos manifestantes.
Mais cedo, em São Paulo, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, garante que não haverá proibição para que o protesto chegue à Avenida Paulista. Também garantiu que, desta vez, a Polícia Militar não usará balas de borracha contra os manifestantes, ao contrário do ato da última quinta-feira, reprimido violentamente pelo Batalhão de Choque. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apareceu de surpresa em reunião do Movimento Passe Livre (MPL), que iniciou os protestos na capital paulista, com o secretário de governo, Antônio Donato, mas disse que não seria possível "revogar o aumento da tarifa por motivos técnicos". Em nota, integrantes do MPL discordaram da posição de Haddad, afirmando que não se trata "de uma questão técnica, mas política". Neste momento, mais de 2 mil pessoas já se encontram no Largo da Batata, ponto de encontro dos manifestantes.
Em Maceió, capital de Alagoas, cerca de 700 pessoas fazem um ato na Praça Centenária, no Bairro do Farol. Em Brasília, 1,3 mil pessoas, entre eles centenas de estudantes, principalmente secundaristas, ocupam todas as faixas do Eixo Monumental, no Centro da capital, e já começam a tomar o canteiro central em frente ao Congresso Nacional.
Daniel Castellano/Gazeta do Povo