PAULO MELO CORUJA NEWS
Em São Paulo, polícia dispersa protesto de apoio a atos no Rio
Em São Paulo, polícia dispersa protesto de apoio a atos no Rio
A Polícia Militar reprimiu com bombas de gás
lacrimogêneo a manifestação desta noite na capital paulista contra a
violência policial nos protestos do Rio de Janeiro. O ato começou na
avenida Paulista, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), e seguiu
bloqueando a via no sentido Paraíso.
No trajeto, pessoas mascaradas depredaram ao menos oito
agências bancárias, fizeram pichações e quebraram semáforos. Em seguida.
o grupo de 400 pessoas, segundo a PM, seguiram pela avenida 23 de Maio
em direção ao Centro. No caminho, os baderneiros depredaram e tentaram
incendiar um carro da Rede Record.
Os atos de vandalismo foram condenados por parte dos
manifestantes que defendiam o protesto sem violência. Eles gritavam
pedindo uma manifestação sem vandalismo, e os baderneiros respondiam:
"Sem moralismo". Além da bandeira vermelha e negra, símbolo do movimento
anarquista, os manifestantes levavam uma faixa pedindo a saída do
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
O grupo também gritava palavras de ordem lembrando o
caso do pedreiro Amarildo de Souza, morador da favela da Rocinha, que
desapareceu há mais de dez dias, depois de ser levado por policiais para
uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.
A PM começou a reprimir o protesto na altura da rua
Pedroso, quando os manifestantes atacavam a fachada de uma
concessionária de veículos. A PM não tinha informações sobre detidos. A
partir da ação policial, o grupo se dispersou pelas ruas da região da
Liberdade.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A
mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril,
milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para
protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A
grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para
todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que
foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.
Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já
inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa
do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos
em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A
onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de
questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um
movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do
regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é
um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.