COM MANOBRA CAMBIAL, PETROBRÁS SAI DE PREJUIZO PARA LUCRO DE R$ 6,2 BILHÕES

PAULO MELO CORUJA NEWS

Com manobra cambial, Petrobras sai de prejuízo para lucro de R$ 6,201 bi

Do UOL, em São Paulo
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A Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou nesta sexta-feira (9) lucro líquido de R$ 6,201 bilhões no 2º trimestre, revertendo prejuízo de R$ 1,3 bilhão no mesmo período do ano passado. Porém, a empresa viu o lucro desacelerar 19% em relação ao 1º trimestre do ano, quando ganhou R$ 7,693 bilhões.
No acumulado do semestre, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 13,894 bilhões.
Com a alta de mais de 10% do dólar no ano, a empresa anunciou em julho uma mudança contábil que permite registrar de forma diluída, ao longo dos próximos sete anos, parte do prejuízo causado pela variação cambial.
A mudança contábil impediu que a Petrobras fechasse o 2º trimestre no vermelho. A medida tirou R$ 7,98 bilhões em perdas financeiras do balanço.
A manobra é legal e permite que empresas reduzam impactos provocados por variações cambiais em seus resultados, desde que gerem fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira no sentido oposto.
No caso da Petrobras, a companhia usará o petróleo que exportará no futuro para anular a perda cambial no presente. Uma espécie de proteção (hedge) contra a variação cambial.
 

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Dólar atrapalha lucro maior da empresa

O resultado melhor em relação ao mesmo trimestre do ano passado foi embalado por quatro altas em um ano no preço da gasolina e do diesel. A empresa também registrou no período diversos recordes no refino de petróleo.
Porém, a alta de mais de 10% do dólar no ano fez o lucro desacelerar em relação aos ganhos do 1º trimestre. A alta da moeda norte-americana, que atingiu recentemente a maior cotação frente ao real em mais de quatro anos, enfraqueceu os efeitos dos reajustes de combustíveis para a estatal, fazendo a Petrobras a importar combustíveis a preços mais altos do que os de venda no mercado interno.
A alta das cotações do dólar exacerbou novamente a diferença entre os preços internos e externos, que havia sido reduzida devido aos reajustes realizados pelas refinarias da Petrobras.
A diferença entre os preços novamente chegou a patamares elevados, atingindo 16,9% para o diesel e 18,4% para a gasolina.
Há mais de dois anos a Petrobras está vendendo no mercado interno com preços substancialmente menores que no mercado externo. "Como a Petrobras é hoje grande importadora de diesel e gasolina, a empresa está tendo prejuízos elevados, vendendo mais barato no mercado nacional os combustíveis que ela compra no exterior", conclui a corretora.
(Com agências)