A MÉDICA VIRGÍNIA DE SOUZA, CASO MORTES NA UTI E TESTEMUNHAS COMEÇAM A SER OUVIDAS

PAULO MELO CORUJA NEWS

Testemunhas do caso das mortes na UTI começam a ser ouvidas

Depoimentos serão tomados pelo juiz responsável pelo caso nesta quarta.
Médica Virgínia de Souza e outros sete réus são apontados no processo.

Do G1 PR, com informações da RPC TV

A primeira etapa do processo contra a médica Virgínia Soares de Souza e de outros sete membros da equipe dela, que atuavam na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Evangélico, em Curitiba, vai ocorrer nesta quarta-feira (25). Neste dia, as testemunhas de acusação começam a ser ouvidas pelo juiz responsável pelo caso. A partir dos depoimentos, ele deve decidir se encaminha o caso a Júri Popular ou se arquiva a denúncia.
Ao todo, 19 pessoas convocadas pelo Ministério Público devem apresentar ao juiz as razões pelas quais os acusados devem ser punidos pelo crime. Já a defesa convocou outras 60 testemunhas para depor perante o juiz.
Já o promotor Paulo de Lima, responsável pelo caso, considera que as provas apontadas no processo são mais do que suficientes. “Nesse caso, é muito claro: houve a supressão da vida da pessoa, por meio de uma intervenção dos acusados, que nós entendemos que está configurada de maneira bastante clara nos prontuários médicos”, acredita.
Espera-se que os depoimentos sejam tomados em no máximo dois dias. Contudo, Lima acredita que o prazo pode se estender. “A perspectiva do Ministério Público é que se estenda isso, porque são testemunhas que vão sofrer várias indagações. Além disso, como são vários réus, todos os advogados dos réus têm direito de fazer perguntas”, explica.
Relembre o caso
Virgínia foi presa em 19 de fevereiro deste ano. Ela e mais sete pessoas foram acusadas pelo Ministério Público (MP) de homicídio com duas qualificações e formação de quadrilha, sendo que cinco chegaram a ser presas. Virgínia Soares de Souza foi a última entre os envolvidos a conquistar a liberdade.
O processo tem como base uma investigação do Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa) que assim que se tornou pública provocou uma série de denúncias de ex-funcionários do hospital e de familiares de pacientes. Conforme a acusação, os pacientes foram mortos por asfixia, com uso do medicamento Pavulon e diminuição de oxigênio no respirador artificial. Sete mortes fazem parte deste processo.
O advogado da médica, Elias Mattar Assad, nega as acusações e diz que Virgínia está "feliz com a proximidade da audiência". "Para ela e para nós da defesa, é uma oportunidade de evidenciar que a acusação não passa de ficção. Nós vamos provar que não existe fato criminoso e que isso é o começo do fim", ressalta. O advogado destacou que a tese da defesa desde o início é a inexistência de provas e fato criminoso. "O MP provou que morreram pessoas naquela UTI, mas não provou que elas foram mortas por algum ato humano".