'Inverno Amazônico' explica alto número de casos de gripe no Norte e Nordeste
Pará é o estado que mais registrou mortes, com 23 vítimas.Gestantes são mais vulneráveis à doença.
Segundo as autoridades da área da saúde, a explicação para esses números pode estar no clima da Região Amazônica.
Karla virou mãe aos 17 anos. Logo depois do parto, começou a ter febre e falta de ar. Ela passou treze dias internada em Belém, mas não resistiu.
A família dela, do interior do Pará, está inconsolável. "A família encontra-se muito abalada, muito triste, na esperança que deus nos ajude para a gente poder superar essa fase que nós estamos passando”, diz Gessy Baldo Vulcão, tio da adolescente.
A infectologista Rita Medeiros explica que tanto no período da gestação quanto logo após o parto, as mulheres ficam mais vulneráveis. “Durante a gestação, o organismo da mulher diminui as suas reações imunológicas para que não rejeite ou agrida o bebê. Com isso, as defesas da mulher acabam diminuindo e favorecendo infecções mais graves”, afirma.
A Secretaria de Saúde do Pará afirma que o número elevado de casos se deve ao clima. De dezembro a abril, a região vive o período de chuvas, conhecido como ''inverno amazônico''.
“Isso faz com que as pessoas se aglomerem mais para não se molhar. A concentração de pessoas favorece a transmissão de qualquer tipo de doença respiratória”, secretária estadual de saúde, Ana Helfe.
O Pará não foi o único estado a registrar mortes desde o início do ano. No Amazonas foram cinco. Duas das vítimas eram mulheres grávidas.
No Maranhão, três das quatro vítimas fatais eram gestantes.
No Ceará, foram quatro mortes no total. Duas vítimas eram mulheres grávidas.
Uma grávida também morreu na Paraíba e outra no Paraná, onde o número total de mortes chegou a sete.
Mortes entre homens ou mulheres que não estavam grávidas também foram confirmadas em Minas Gerais, em São Paulo, em Alagoas, no Amapá e no Acre.
Em todo o Brasil, as gestantes já estão sendo imunizadas contra a nova gripe.