‘Aloprado’ do dossiê se envolve num novo escândalo
Antônio Gaudério/Folha
A Polícia Federal prendeu 31 pessoas nesta quarta (7). São acusadas de fraudar licitações da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
A Polícia Federal prendeu 31 pessoas nesta quarta (7). São acusadas de fraudar licitações da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Entre os presos há um personagem conhecido:
Valdebran Padilha (foto). É um dos “aloprados” que, em
2006, tentou comprar o dossiê anti-tucanos.
Naquela época, Valdebran era tesoureiro do PT
em Mato Grosso. Voltou às garras da PF no mesmo Estado.
Deu-se à nova operação um nome escalafobético:
Hygeia. A encrenca nasceu de uma auditoria feita pela Controladoria
Geral da União.
Detectaram-se
indícios de desvios de R$ 51 milhões em verbas da Viúva. A PF suspeita
que a fraude é maior. Pode roçar os R$ 250 milhões.
Estão sob investigação políticos, gestores de
ONGs e empresários. As prisões desta quarta foram feitas em Brasília e
quatro Estados: MT, MG, GO e RO.
A suposta participação de Valdebran nos malfeitos é esmiuçada em
despacho do juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal de Mato
Grosso.
Guiando-se
pelas conclusões do inquérito da PF, o juiz apontou a “existência” de
uma “disputa política entre o PT e o PMDB” por postos de chefia na
Funasa.
O órgão
pende do organograma do Ministério da Saúde, gerido por José Gomes
Temporão, do PMDB.
O magistrado
cita depoimento de uma testemunha. Teria desnudado um acordo firmado
entre políticos, Valdebran e empresário: Evandro Vitório.
O acordo teria por “objeto”, nas palavras do
juiz, "a indicação do cargo de Coordenador Regional da Funasa-MT”.
Para quê? O grupo seria beneficiado “com
repasse de percentual sobre as obras conseguidas". Numa palavra:
propina.
Roger Fernandes, advogado de Valdebran e do irmão dele, Waldemir
Padilha, também detido, afirma que a prisão de seus clientes foi "ilegal
e desnecessária".