Rodolfo Bührer e Antônio More/Gazeta do Povo
Ricardo Barros e Gustavo Fruet: os candidatos ao Senado de Beto Richa ainda não emplacaram.Segue uma passagem que ilustra isso claramente:
Corria 1997 quando o governador pedetista Jaime Lerner travava uma batalha em Brasília contra os senadores Requião e Osmar (então no PSDB) para aprovar empréstimos internacionais de R$ 456 milhões para o Paraná. O dinheiro seria aplicado em projetos para educação, saneamento (ParanáSan) e agricultura (Paraná 12 meses). Reza a Constituição que é papel do Senado, por meio da CAE, aprovar esse tipo de operação de crédito.
Osmar foi escolhido relator da matéria. Embasado por pareceres técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional, foi contra os empréstimos. De acordo com a União, o Paraná não tinha capacidade de endividamento. Requião não deixou por menos, aproveitou a brecha e sobrestou o pedido de Lerner, um dos motivos para a demora de 536 dias até a sua aprovação final. Queria todas as informações da saúde financeira do estado e, principalmente, dados do acordo para instalação das montadoras Chrysler e Renault na região metropolitana de Curitiba.
Lerner acabou vencendo a parada, graças a uma estranha mudança do PDT para o PFL. Francelino Pereira (PFL-MG) redigiu o voto vencedor a favor da contratação dos empréstimos, tomando o lugar de Osmar (que depois foi para o PDT) como relator do caso. A grana saiu, mas custou caro para Lerner. Talvez tivesse sido mais fácil se ele tivesse se empenhado em eleger pelo menos um senador, em 1994.